China convoca Huawei e outras empresas para discutir futuro do metaverso

O objetivo é ter até cinco empresas globalmente influentes no metaverso até 2025, o que posicionaria a China como líder mundial do setor
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 24/01/2024 02h00
O metaverso e as relações de trabalho
O metaverso e as relações de trabalho / Imagem: LookerStudio (Shutterstock)
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O governo da China, através do Ministério da Indústria e da Informação Tecnológica, anunciou a criação de um grupo de trabalho para discutir regras para o metaverso. Ao todo, 60 empresas participarão de discussões. Entre elas, gigantes da tecnologia como Huawei, Tencent, Baidu e Ant Group, dona do Alibaba.

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De acordo com o comunicado divulgado pelo governo chinês, a criação do grupo de trabalho reflete a “necessidade do desenvolvimento desse setor e o gerenciamento da indústria”, com uma padronização de regras e atividades.

O objetivo principal é ter de três a cinco empresas de metaverso globalmente influentes até 2025, com ênfase especial no apoio a pequenas e médias empresas. Essa estratégia posicionaria a China como líder no setor. A iniciativa também faz parte dos esforços de Pequim de regular o metaverso no país.

O plano chinês foca nas principais dimensões tecnológicas do metaverso, incluindo conteúdo, cálculo, transmissão e tecnologia terminal, integrando tendências de desenvolvimento industrial doméstico e internacional e fundações locais de pesquisa e desenvolvimento.

Já em dezembro do ano passado, o Ministério da Indústria e da Informação Tecnológica ressaltou que pretende aumentar as iniciativas voltadas para o desenvolvimento dos segmentos de tokens não fungíveis (NFTs, na sigla em inglês) e de aplicações voltadas para as finanças descentralizadas (DeFi, na sigla em inglês) nos próximos anos.

O movimento visa expandir iniciativas voltadas à Web3, considerada o futuro da internet, e assumir uma posição de liderança global na área. Para especialistas, o avanço do metaverso, que combina áreas como realidade virtual e aumentada, também está ligado à Web3.

Na avaliação do governo, a China possui uma “boa base industrial e amplo espaço de desenvolvimento para o desenvolvimento da Web3. Em particular, o ambiente político, a capacidade técnicas e os ricos cenários de aplicação são as vantagens únicas do país”. As informações são da Exame.

Metaverso ainda não emplacou de vez (Imagem: Shutterstock/Gorodenkoff)

O que é metaverso?

  • Metaverso é uma realidade virtual imersiva e interativa.
  • De certa maneira, é uma evolução de jogos como ‘The Sims‘ e ‘Second Life‘ no sentido de que as pessoas precisam de um avatar para conviver neste ambiente virtual.
  • Porém, agora, de forma hiper-realista.
  • Outra maneira de entender o metaverso é vê-lo como uma extensão virtual da nossa vida atual, como se fosse outra dimensão.
  • Daí, o nome “metaverso” que significaria além do universo.
  • A tecnologia se popularizou a partir de 2021, mas ainda representa uma série de desafios, como: privacidade; liberdade de criação, interação e consumo de conhecimento; e até os impactos ambientais.
  • Além disso, alguns obstáculos impedem a efetiva consolidação do metaverso.
  • É o caso do alto preço dos equipamentos para promoverem a imersão e a dificuldade de acesso à infraestrutura pela população em geral (como internet de velocidade ultrarrápida e baixa latência) e a serviços (que muitas vezes são cobrados em dólar), por exemplo.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.