Se Você usa bastante as redes sociais, é bem provável que já tenha se deparado com os “GIFS com som”, imagens que apesar de mudas nos fazem ouvir um som quase que mental. Mas se os gifs são silenciosos, qual o fenômeno por trás dessa ilusão?

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Amplamente usado na internet, o GIF, ou Graphics Interchange Format, é um formato de imagem animada sem som. Ao contrário das imagens estáticas, os GIFs têm a capacidade única de exibir sequências curtas de frames, criando a ilusão de movimento. Comumente usados para transmitir expressões, reações e informações de maneira visualmente cativante, os GIFs são populares em redes sociais, mensagens online e em diversos contextos digitais.

Porém, surgiram na internet, posts onde usuários afirmavam que podiam ouvir sons em determinados gifs. A imagem, que viralizou em 2017, apresentava uma torre de energia “pulando corda” e ao tocar o chão, a torre emitiria um som de impacto. A capacidade de algumas pessoas de ouvir um GIf silencioso, levou um grupo de cientistas a investigar o que estaria ocorrendo na cabeça dos usuários. O fenômeno ganhou o nome de Resposta Auditiva Evocada Visualmente, ou vEAR.

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Por que algumas pessoas conseguem ouvir um GIF silencioso?

A vEAR é uma subcategoria de sinestesia, uma condição em que os sentidos se entrelaçam, levando as pessoas a “verem” letras como cores específicas ou “cheirarem” diferentes gêneros musicais. Enquanto a sinestesia é geralmente estimada em 4,4% da população, esse estudo indicou que o vEAR pode ser muito mais difundido e pode atingir, na verdade, quase 20% da população humana.

Para chegar nesses números, os pesquisadores da City University em Londres conduziram um estudo com 4.128 voluntários em 2018. Os participantes foram submetidos a uma pesquisa que avaliava sua capacidade de “ouvir” um GIF silencioso, como um bailarino realizando uma pirueta.

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Os voluntários classificaram 24 clipes de vídeo silenciosos em uma escala de um a cinco, indicando a presença ou ausência de sensações auditivas. Além disso, foram questionados sobre características relacionadas, como a presença de zumbido nos ouvidos e se ouviam música mentalmente.

Imagem ilustrativa do sentido de audição

Os resultados revelaram que até 21% das pessoas podem experimentar formas de vEAR, indicando uma prevalência maior do que outras formas de sinestesia. No decorrer do estudo, os participantes relataram ser capazes de “ouvir” imagens realistas, como um martelo batendo em pregos.

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Curiosamente, os participantes que afirmaram estar vivenciando a vEAR também tinham maior probabilidade de relatar experiências de zumbido nos ouvidos e imagens musicais, sugerindo uma possível causa fisiológica subjacente a esses fenômenos.

Porém, existem alguns fatores a serem levados em consideração sobre o estudo. É importante ressaltar que ele se baseou apenas em autorrelatos e não foi replicado ou confirmado por pares até o momento. Apesar de oferecer uma visão bastante interessante sobre a forma como as pessoas podem ver o mundo. O mesmo grupo é responsável por outro estudo publicado posteriormente que investigou os mecanismos relacionados a descrição da vEAR em pessoas com sinestesia.