A grande polêmica lançada em 2015 ainda não foi resolvida. Afinal, aquele famoso vestido que gerou um rebuliço na internet é azul e preto ou branco e dourado? Quase 10 anos depois, o caso ainda é estudado e o fenômeno está mais relacionado com nossas vivências do que com qualquer outra coisa.

Leia mais

publicidade

Relembre como surgiu a polêmica

  • Tudo começou na loja onde o vestido era vendido, na Escócia.
  • Uma mulher chamada Cecilia Bleasdale enviou imagens para sua filha de algumas opções de roupa que ela poderia usar no casamento da jovem.
  • Foram três fotos, de três peças diferentes.
  • A última delas era do polêmico vestido (a polêmica, de fato, começaria agora).
  • Ao ver a foto, a filha escolheu a roupa branca e dourada.
  • O problema é que para a mãe dela o vestido era azul e preto.
  • A mulher então foi ter uma terceira opinião com o marido dela, Paul Jinks, que também estava na loja.
  • Ele também só viu branco e dourado.
  • No dia da cerimônia, muitos dos convidados concordaram que o vestido era azul e preto.
  • Outros, no entanto, não enxergavam nenhuma dessas cores.
  • A filha de Cecilia, então, resolveu publicar a imagem da peça no Facebook.
  • Já Caitlin McNeill, que fazia parte de uma banda de folk e tocou no casamento, também postou a foto no Tumblr.
  • Em 48 horas, a postagem recebeu mais de 400 mil comentários.
  • A polêmica só aumentou e no dia 26 de fevereiro de 2015, #PretoeAzul e #BrancoEDourado tomaram conta da internet, sendo um dos assuntos mais comentados no Brasil e no mundo no Twitter (hoje X).
  • Até estrelas como Taylor Swift, Lady Gaga, Justin Bieber, Demi Lovato e Kim Kardashian se posicionaram, mas não chegaram a um consenso.
Postagem no Tumblr deu início à polêmica sobre a cor do vestido (Imagem: reprodução/Tumblr)

Como é possível que pessoas vejam cores diferentes?

Identificado como “Royal-Blue Lace Detail Bodycon Dress”, o vestido original é azul e preto. Ele foi produzido pela marca inglesa Roman Originals e custava 50 libras, cerca de R$ 300.

A roupa não está mais disponível para compra, mas a empresa mantém em seu site uma página exclusiva para tratar do assunto. “O fenômeno revelou diferenças na percepção humana das cores que têm sido objeto de investigação científica contínua em neurociência e ciência da visão. Fizemos até uma versão #WhiteandGold (branco e dourado) que foi leiloada para caridade”, diz a Roman.

publicidade

Segundo a empresa, após viralizar, em 48 horas, 3.622.960 pessoas acessaram sua loja on-line para ver o vestido e todas as unidades disponíveis foram vendidas em apenas 34 minutos. A #thedress foi usada em 2.214.343 postagens nas redes sociais.

João Finamor, professor de marketing digital da ESPM e especialista em redes sociais, diz que é natural que de tempos em tempos a discussão volte na internet e que seja estimulada por uma geração mais nova que só ficou sabendo da polêmica agora.

publicidade

Para o oftalmologista e diretor da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO), Flavio Mac, o caso do vestido é complexo porque envolve a percepção de cor pelas pessoas. E essa visão é subjetiva e não objetiva.

A neurocientista Cláudia Feitosa-Santana conta que o efeito do #TheDress é inédito porque mostra que a nossa calibração de cor nem sempre funciona da mesma forma. Para ela, a divergência de cor tem mais a ver com fatores ambientais do que genéticos, segundo estudos.

publicidade

Se você nasceu em uma região em que a luz natural costumava ser mais quente, como amarelada ou alaranjada, então muito provavelmente você enxergará o vestido como azul e preto.

Cláudia Feitosa-Santana em artigo para o Hospital Albert Einstein

A polêmica talvez nunca acabe. Enquanto isso, o tema segue sendo debatido entre pesquisadores em todo o mundo. As informações são do G1.