Arqueólogos encontraram um fêmur de um animal em um assentamento rural da era romana no que hoje é a Holanda. Segundo os pesquisadores, o osso foi utilizado como recipiente para armazenar centenas de sementes venenosas e alucinógenas há cerca de dois mil anos.

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Sementes tinham efeitos alucinógenos

  • Até esta descoberta, não havia evidências de que sementes do tipo fossem guardadas por pessoas que viveram dentro do Império Romano.
  • As sementes minúsculas vêm do henbane preto (Hyoscyamus niger), uma planta altamente venenosa da família das sombras noturnas.
  • Ela é conhecida por suas propriedades medicinais e efeitos alucinógenos.
  • As descobertas foram descritas em um novo estudo publicado na revista Antiquity.
  • As informações são da Live Science.

Primeiro registro de armazenamento do tipo

Os pesquisadores encontraram sementes semelhantes espalhadas em sítios arqueológicos em toda a Europa e que datam de 5500 a.C. No entanto, muitas vezes é difícil determinar se a presença de henbane preto nesses locais indica que ele foi usado ou apareceu naturalmente, já que a planta cresce como uma erva daninha.

Já no caso dos romanos, os arqueólogos sugerem que as sementes foram deliberadamente colocadas dentro do osso (de cabra ou de ovelha), que media 7,2 centímetros de comprimento. Para garantir o armazenamento correto, alguém lacrou o recipiente usando um tampão feito de casca de bétula preta.

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Os especialistas dataram o osso entre 70 e 100 d.C., com base nos estilos de cerâmica e um broche de arame encontrado no mesmo poço lamacento. Este é o primeiro caso conhecido de sementes sendo deliberadamente armazenadas para uso posterior.

As descobertas também se apoiam em registros escritos clássicos, que colocam o meimendro preto como uma planta utilizada no período romano, embora ele seja mais descrito por suas propriedades medicinais que como uma droga recreativa. Um exemplo é o autor romano e naturalista Plínio, o Velho (23 d.C. – 79 d.C.), que escreveu que as sementes da planta poderiam causar “insanidade e tontura”.