Nova “entidade biológica” é encontrada no corpo humano; entenda

Espécie de cruzamento entre vírus e viróides, a entidade ainda não teve sua função definida no organismo humano
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 09/02/2024 12h29
bacteria.png
(Foto: Vitória Lopes Gomez via DALL-E)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Cientistas descobriram uma nova classe de entidades biológicas presentes no corpo humano. Os Obeliscos, como foram nomeados pela equipe da Universidade de Stanford, são uma espécie de cruzamento entre vírus e viróides – moléculas mais simples de RNA incapazes de produzir proteínas -, com uma estrutura em forma de bastonete.

Entenda:

  • Cientistas da Universidade de Stanford descobriram um novo tipo de entidade biológica presente no corpo humano, os Obeliscos, encontrados em microbiomas orais e intestinais;
  • A estrutura é uma espécie de cruzamento entre vírus e viróides, possuindo uma estrutura básica capaz de codificar proteínas até então desconhecidas chamadas obulinas;
  • Os pesquisadores estudam a hipótese de que os obeliscos se hospedem na bactéria Streptococcus sanguinis, formadora da placa dental;
  • A verdadeira função da entidade no corpo humano ainda está sendo estudada;
  • A descoberta foi pré-publicada no bioRxiv.

O estudo, pré-publicado no bioRxiv, identificou que os obeliscos possuem estrutura básica similar às dos viróides, mas, assim como os vírus, são capazes de codificar proteínas desconhecidas chamadas pelos cientistas de obulinas. As entidades foram encontradas em amostras de microbiomas orais e intestinais de mais de 400 pessoas ao redor do mundo.

“Descobrimos que os Obeliscos formam o seu próprio grupo filogenético distinto, sem sequência detectável ou semelhança estrutural com agentes biológicos conhecidos”, explicam os cientistas no artigo.

Leia mais:

Qual a função dos Obeliscos no corpo humano?

bactérias resistentes
Imagem: nobeastsofierce/Shutterstock

Os pesquisadores ainda não sabem se a entidade traz danos ou benefícios aos seres humanos – ou, em uma terceira hipótese, não possuem nenhum efeito no organismo. A equipe também investiga os hospedeiros diretos dos obeliscos, que podem não ser os seres humanos, mas a bactéria Streptococcus sanguinis, formadora da placa dental.

Graças à facilidade de cultivar a bactéria e testá-la em laboratório, os cientistas acreditam que os estreptococos são um ponto de partida valioso para continuar estudando os obeliscos e seus efeitos no corpo humano.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.