Uma investigação do Congresso dos Estados Unidos apontou que cinco empresas norte-americanas investiram mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 5 bilhões) em chips semicondutores chineses desde 2001. Segundo as autoridades dos EUA, os repasses teriam impulsionado a indústria da China, considerada uma ameaça à segurança nacional.

Leia mais

publicidade

Os fundos fornecidos pelas cinco empresas – GGV Capital, GSR Ventures, Qualcomm Ventures, Sequoia Capital e Walden International – foram destinados a mais de 150 empresas chinesas, de acordo com o relatório, que foi divulgado nesta quinta-feira (8). Ele foi elaborado a partir de trabalhos realizados pelo Comitê Seletivo da Câmara sobre o Partido Comunista Chinês.

Ainda de acordo com o documento, os investimentos incluíram cerca de US$ 180 milhões (R$ 900 milhões) que foram destinados para empresas chinesas que teriam apoiado direta ou indiretamente o exército de Pequim. Segundo os congressistas norte-americanos, foram fornecidos recursos para o desenvolvimento de chips para pesquisa militar, equipamentos e armas chinesas.

publicidade

Uma das destinatárias dos investimentos foi a Semiconductor Manufacturing International Corp. (SMIC), considerada a maior fabricante de chips da China.

O relatório do comitê da Câmara se concentra em investimentos feitos antes de a administração de Joe Biden impor restrições de vendas para a China. Isso significa que as companhias citadas não teriam cometido nenhuma irregularidade.

publicidade

Em junho, antes do início das investigações sobre financiamento privado, a Sequoia disse que separaria sua divisão chinesa de suas operações nos EUA. Alguns meses depois, a GGV Capital prometeu separar seus negócios focados na Ásia.

A Qualcomm afirmou que seus investimentos eram pequenos em comparação com os das empresas de capital de risco e representavam menos de 2% dos investimentos discutidos no relatório. A Walden e a GSR não se pronunciaram sobre o assunto, assim como o governo chinês. As informações são da Folha de São Paulo.

publicidade
startups guerra dos chips
EUA e China travam uma disputa aberta pela hegemonia tecnológica mundial (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

Guerra dos chips

Além de fomentar a produção nacional de chips e o desenvolvimento da inteligência artificial, o governo dos Estados Unidos tenta impedir o acesso da China aos produtos.

Pequim foi impedida não apenas de importar os chips mais avançados, mas também de adquirir os insumos para desenvolver seus próprios semicondutores e supercomputadores avançados, e até mesmo dos componentes, tecnologia e software de origem americana que poderiam ser usados para produzir equipamentos de fabricação de semicondutores para, eventualmente, construir suas próprias fábricas para fabricar seus próprios chips.

Além disso, cidadãos norte-americanos não podem mais se envolver em qualquer atividade que apoie a produção de semicondutores avançados na China, seja mantendo ou reparando equipamentos em uma fábrica chinesa, oferecendo consultoria ou mesmo autorizando entregas a um fabricante chinês de semicondutores.

Importância dos semicondutores

  • Nos últimos anos, os chips semicondutores se tornaram uma força vital da economia moderna e o cérebro de todos os dispositivos e sistemas eletrônicos, de iPhones até torradeiras, data centers a cartões de crédito.
  • Um carro novo, por exemplo, pode ter mais de mil chips, cada um gerenciando uma operação do veículo.
  • Os semicondutores também são a força motriz por trás das inovações que prometem revolucionar a vida no próximo século, como a computação quântica e a inteligência artificial, como o ChatGPT, da OpenAI.