Extrato de cannabis pode matar células cancerígenas, aponta estudo

Segundo os pesquisadores, o extrato de cannabis se liga às células cancerígenas, impede que elas se multipliquem e força a morte delas
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 14/02/2024 03h20, atualizada em 29/02/2024 20h45
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(Foto: Bukhta Yurii/Shutterstock)
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Um novo estudo realizado por pesquisadores australianos aponta que o extrato de cannabis chamado PHEC-66 possui “efeitos anticâncer notáveis”. Em testes in vitro, a substância diminuiu as taxas de crescimento de células cancerígenas de melanoma. Além disso, promoveu a morte dessas células.

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Os resultados sugerem que o PHEC-66 desencadeia a apoptose nessas linhagens celulares de melanoma, aumentando a expressão de marcadores pró-apoptóticos (mRNA BAX) e, ao mesmo tempo, reduzindo a expressão de marcadores antiapoptóticos (mRNA Bcl-2). Além disso, induz a fragmentação do DNA, interrompendo a progressão celular.

Em outras palavras, o extrato se liga às células cancerígenas, impede que elas se multipliquem e força a morte delas. Segundo os pesquisadores, o dano à célula do melanoma impede que ela se divida em novas e, em vez disso, começa uma morte celular programada, também conhecida como apoptose.

Como outros resultados recentes que se mostraram promissores para a cannabis como terapia contra o câncer, o novo estudo só foi conduzido in vitro (ou seja, em laboratório, em células de melanoma especialmente cultivadas, e não em pessoas ou animais). A própria equipe admite que os trabalhos estão ainda em fase inicial e ainda não se sabe por que o extrato é eficaz.

A próxima etapa envolve estudos em animais ou ensaios pré-clínicos para tentar entender um pouco mais sobre como o PHEC-66 pode agir no tratamento de melanoma e outros tipos de câncer. As informações são do IFLScience.

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Extrato de cannabis PHEC-66 pode ser opção no tratamento contra o câncer (Imagem: YARphotographer/Shutterstock)

Esperança de revolução no tratamento contra o câncer

  • Há quase um quarto de século, a cannabis e seus derivados têm sido cada vez mais reconhecidos como tendo o potencial de fornecer benefícios para pessoas com câncer.
  • Geralmente, no entanto, as vantagens são de natureza paliativa.
  • A substância impede que o paciente se sinta tão doente, ajuda a reduzir a dor e a ansiedade, mas não combate, de fato, a doença.
  • A expectativa dos pesquisadores é que o novo tratamento possa mudar este quadro.
  • O estudo foi publicado na revista Cells.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.