Quase metade das espécies migratórias do planeta está diminuindo, alerta ONU

Relatório da ONU ainda aponta que mais de um quinto das 1.189 espécies monitoradas está ameaçada de extinção
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 14/02/2024 07h20
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Imagem: imageBROKER.com/Shutterstock
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Um relatório apresentado pela Organização das Nações Unidas (ONU) acende um importante alerta. Segundo o documento, quase metade das espécies migratórias do mundo está em declínio. Além disso, mais de um quinto das 1.189 espécies monitoradas corre risco de extinção.

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Além de peixes, as espécies migratórias selvagens incluem aves e morcegos, bem como insetos, répteis e tartarugas marinhas. Mamíferos marinhos migratórios, como baleias e focas, assim como vários mamíferos terrestres, como antílopes e elefantes, também requerem proteção especial.

Estamos avançando descontroladamente para o sexto evento de extinção em massa da história. A natureza está numa crise profunda e sistêmica. Poluição ambiental, destruição do habitat, pesca excessiva e comércio ilegal de animais selvagens são apenas alguns dos impulsionadores da extinção de espécies.

Arnulf Köhncke, diretor de conservação de espécies do WWF da Alemanha

A diminuição das populações foi identificada em 44% das espécies listadas pela CMS, também conhecida como Convenção de Bonn. Segundo especialistas, se medidas intensivas de conservação não forem tomadas rapidamente, alguns animais podem desaparecer em breve.

O relatório da ONU ainda destaca que uma parte significativa da ameaça a essas espécies é resultado das mudanças climáticas e da poluição ambiental. Elas desempenham um papel crucial como indicadoras de mudanças ambientais e são fundamentais para manter o funcionamento e a capacidade de resistência dos complexos ecossistemas do planeta.

Espécies migratórias, como os gnus, são fundamentais para a manutenção dos ecossistemas (Imagem: EB MEDIA/Shutterstock)

Atividade humana está destruindo espécies inteiras

  • A ONU focou seu trabalho nas 1.189 espécies de animais que foram classificadas pela CMS como necessitando de proteção.
  • Além disso, a entidade analisa a situação de mais 3 mil espécies que não estão nesta lista.
  • De acordo com o relatório, o maior inimigo dessas espécies é o próprio ser humano, que prejudica a biodiversidade a partir da pesca excessiva e a destruição de habitats essenciais.
  • As espécies migratórias são fundamentais para os ecossistemas.
  • Várias aves desempenham um papel crucial na polinização de plantas, ou controle de pragas, por exemplo.
  • Já mamíferos como os gnus, que vivem principalmente ao sul do Saara, fazem longas viagens todos os anos para encontrar comida e ajudam a espalhar as sementes de plantas através de suas fezes, contribuindo para a preservação da diversidade vegetal.
  • Peixes também desempenham um papel vital no ciclo de nutrientes durante suas migrações.
  • Quanto menos animais migratórios existirem, maior será o risco de um colapso total dos ecossistemas.
  • As informações são da Folha de São Paulo.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.