Cortina submarina pode ser opção para conter derretimento de geleiras

A cortina submarina formaria bolhas de ar capazes de conter a entrada de água quente do mar, reduzindo o derretimento das geleiras
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 15/02/2024 19h26
Pedaço de geleira despencando no mar por conta das mudanças climáticas
(Imagem: Bernhard Staehli/Shutterstock)
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O derretimento das geleiras já é uma realidade. Uma das consequências do aquecimento global, ela elevaria o nível dos oceanos no mundo todo, o que deixaria enormes extensões de terra submersas, gerando milhões de refugiados ambientais num futuro não tão distante. Mas pode haver uma alternativa para evitar este cenário dramático: uma cortina submarina gigante.

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A ideia foi apresentada por cientistas de Cambridge, na Inglaterra. O projeto, chamado Seabed Curtain, transformaria o ar em uma barreira para proteger o gelo.

De acordo com os pesquisadores, um tubo com furos seria colocado no fundo do mar e o ar seria bombeado através dele. A cortina de bolhas de ar que surgiria poderia ser capaz de conter a entrada de água quente do mar, reduzindo o risco da geleira derreter.

Os cientistas envolvidos no projeto admitem que não sabem se a cortina submarina gigante funcionaria na prática. Mas os estudos apontam que essa pode ser sim uma opção para combater o derretimento das geleiras.

O próximo passo é entender melhor como a salinidade afetaria o fluxo da água e realizar simulações computacionais e testes de modelos matemáticos. Depois de finalizada esta etapa, os pesquisadores esperar iniciar testes no mundo real. As informações são do The Guardian.

Derretimento de geleiras pode causar efeitos catastróficos no futuro (Imagem: Steve Allen/Shutterstock)

Cortina submarina seria medida paliativa

  • Apesar do otimismo, o projeto não deve ser colocado em prática a curto prazo.
  • Serão necessários muitos anos de estudos e planejamento.
  • Além disso, os cientistas alertam que a iniciativa é apenas um paliativo.
  • Ou seja, pode (se tudo correr bem) ajudar a reduzir a velocidade do derretimento das geleiras, mas não resolve o problema do aquecimento global.
  • Para isso, alertam os especialistas, é necessário reduzir urgentemente as emissões de gases de efeito estufa resultantes da queima de combustíveis fósseis.
  • Se nada for feito, a atual taxa de derretimento deverá duplicar até ao final deste século.
  • E talvez aí seja tarde demais até mesmo para medidas paliativas.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.