Após uma extensa jornada e uma aplicação inicial rejeitada, a Varda Space Industries anunciou que recebeu a aprovação da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) para realizar a reentrada de uma cápsula da sua pioneira missão espacial. Esta conquista não apenas avança os horizontes da exploração espacial comercial, mas também oferece uma perspectiva promissora para a pesquisa sobre o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV).

O Escritório de Transporte Espacial Comercial da FAA emitiu uma licença de reentrada para a espaçonave W-Series 1 da Varda, marcando o primeiro passo para a realização de um retorno seguro à Terra, como aponta o Space News.

publicidade

A cápsula, que contém experimentos cruciais sobre a produção de cristais em microgravidade, tem a data agendada para o dia 21 de fevereiro. A área de pouso é uma elipse de 45 por 35 quilômetros cobrindo partes do Faixa de Testes e Treinamento de Utah (UTTR) e do vizinho Campo de Provas de Dugway.

Leia mais:

publicidade

Estamos trabalhando em estreita colaboração com nossos parceiros governamentais e nosso parceiro de satélite, a Rocket Lab, para garantir um retorno seguro e em conformidade do espaço. Hoje estamos animados em anunciar que a FAA aprovou uma tentativa de reentrada para 21 de fevereiro.

Varda em comunicado

A jornada dos experimentos da Varda

  • A Varda lançou a W-Series 1, sua primeira espaçonave, em junho na missão de compartilhamento de caronas SpaceX Transporter-8.
  • A empresa realizou experimentos para testar a produção de cristais em microgravidade, que seriam retornados à Terra em uma cápsula desenvolvida pela Varda acoplada à espaçonave produzida pela Rocket Lab.
  • A empresa esperava retornar a cápsula já em meados de julho, mas na época disse que ainda estava trabalhando com a FAA para obter uma licença de reentrada, necessária para qualquer espaçonave comercial que retorne à Terra.
  • Um problema que a empresa enfrentava era que era a primeira empresa a buscar uma licença de reentrada sob novas regulamentações chamadas Parte 450.
  • Tais regulamentações são destinadas a simplificar o processo de licenciamento, mas algumas empresas relataram dificuldades para se ajustar.
  • Em outubro, a empresa disse que havia chegado perto no início de setembro de obter uma licença de reentrada da FAA, bem como de garantir a aprovação da Força Aérea dos Estados Unidos, que opera o UTTR.
  • “Foi, em última análise, um problema de coordenação entre três grupos diferentes que não haviam trabalhado nesta operação antes”, disse Delian Asparouhov, co-fundador da Varda, em uma entrevista na época.

Esperança na luta contra o HIV

A cápsula em questão, com dimensões precisas e um peso inferior a 90 quilogramas, carrega consigo a esperança de insights valiosos para a comunidade científica. A bordo da cápsula, além dos experimentos para testar a produção de cristais, estão amostras biológicas relevantes para a pesquisa sobre o HIV.

Estas amostras, cuidadosamente preparadas e monitoradas durante toda a missão, representam um avanço significativo no estudo da doença. A microgravidade do ambiente espacial proporciona condições únicas para estudar o comportamento de vírus e células, oferecendo perspectivas valiosas para o desenvolvimento de tratamentos mais eficazes e a busca por uma possível cura para a AIDS.

Esta é a primeira vez na história de nossa nação que a FAA concedeu uma licença de reentrada da Parte 450 e licenciou uma entidade comercial para pousar uma espaçonave em solo dos EUA. Estamos incrivelmente orgulhosos de ter essa oportunidade com nossos parceiros governamentais e agradecemos sua dedicação à inovação segura nos Estados Unidos.

Varda em comunicado

A conquista desta licença representa não apenas um avanço tecnológico significativo, mas também uma oportunidade de explorar novos caminhos na pesquisa científica, incluindo potenciais aplicações na luta contra o HIV.

Porta-voz da Varda ao Space News