Ciência e Espaço

O menor tatu do mundo guarda um segredo em sua pele

Considerada a menor espécie de tatu do mundo, o Chlamyphorus truncatus chama a atenção em razão da sua carapaça rosa, pelagem branca e garras grandes. Mas um estudo recente apontou que o animal tem uma singularidade: ele possui uma segunda camada de pele, debaixo do escudo dorsal.

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A descoberta aconteceu após pesquisadores analisarem mais de perto a anatomia microscópica de seções da pele do pichiciego-menor, tanto das partes que tem, quanto das partes que não têm os osteodermos (as placas ósseas que o protegem).

A camada mais externa, que abriga escamas cornificadas [nas quais o tecido morto forma uma camada protetora espessada] e osteodermas, atua como um manto ou cobertura sobre a camada interna, que exibe uma pelagem branca abundante e fina. Essa pele dupla é uma característica única entre os mamíferos.

Cecilia Krmpotic, bióloga do Conselho Nacional de Pesquisa Científica e Técnica da Argentina e principal autora do estudo

O caso chamou a atenção dos cientistas, uma vez que qualquer uma das outras 19 espécies conhecidas de tatu possui apenas uma única camada de pele no dorso, coberta por escamas e osteodermos que formam as “armaduras” desses animais. 

O estudo foi publicado no Journal of Zoology. As informações são da IFLScience.

Menor tatu do mundo (Imagem: Guillermo Ferraris)

O menor tatu do mundo

  • O Chlamyphorus truncatus tem apenas 15 centímetros de comprimento e pesa 100 gramas.
  • A espécie vive em tocas escavadas pelos próprios animais, principalmente na região central da Argentina, sendo bastante difícil o avistamento destes tatus.
  • Pesquisadores acreditam que a alimentação deles é baseada principalmente em formigas e outros insetos, mas os hábitos deste animais ainda não são totalmente conhecidos (a maioria dos espécimes mantidos em cativeiros morrem em questão de dias).
  • A armadura do pichiciego-menor normalmente é dividida em duas partes: um escudo cobre a cabeça e um escudo dorsal, que cobre o restante de seu corpo.
  • Este último ainda seria dividido em um escudo peitoral, que cobre a parte superior das costas, e um escudo pélvico que cobre a região posterior, tudo isso para protegê-lo tanto de predadores quanto do estilo de vida subterrâneo.
  • Estima-se que a evolução para um estilo de vida completamente subterrâneo tenha ocorrido entre 32 e 17 milhões de anos atrás.
  • Essa mudança teria sido impulsionada pelas alterações nas condições ambientais de ecossistemas mais áridos ao sul da América do Sul.

Esta post foi modificado pela última vez em 16 de fevereiro de 2024 11:36

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Publicado por
Alessandro Di Lorenzo