A popularização dos chatbots de IA certamente foi um benefício para quem recorre à tecnologia para tarefas corriqueiras. Porém, o leque de opções pode ter o efeito contrário e, ao invés de ajudar, confundir o usuário. ChatGPT, Gemini, Copilot… qual o melhor?

Os dois primeiros chatbots possuem versões gratuitas que dão conta de tarefas simples, como fazer resumos, preparar textos e até servir como uma fonte de pesquisa — lembrando sempre que a IA pode mentir e é essencial conferir a procedência da informação.

publicidade

Ainda, há versões avançadas, normalmente usadas por profissionais que querem usufruir da tecnologia para tarefas mais complexas, como codificar dados ou fazer imagens e vídeos do zero (entre outras habilidades). Nesse caso, a OpenAI (do ChatGPT) e o Google (do Gemini) cobram uma assinatura mensal de US$ 20, que, no Brasil, gira em torno de R$ 100.

No entanto, por ora, as IAs têm habilidades parecidas e (a não ser que você esteja fazendo uma reportagem comparativa entre as duas) não é necessário assinar ambas. O site Wired fez justamente isso e comparou os dois serviços.

publicidade

Leia mais:

ChatGPT vs. Gemini

O ChatGPT já é familiar ao público. Na modalidade Plus (que é paga), a OpenAI dá acesso à versão mais avançada do chatbot: o modelo de linguagem GPT-4, que processa um grande número de dados de forma ilimitada. Também, é possível acessar o DALL-E, um gerador de imagens baseado em prompts de texto.

publicidade

A ferramenta não tem um sistema em nuvem, mas vem com uma loja em que é possível comprar extensões específicas para diferentes atividades.

Já a assinatura do serviço do Google dá acesso ao Gemini 1.0 (a versão 1.5 já foi anunciada, mas não está disponível ao público) e vem com armazenamento em nuvem de 2 terabytes. A próxima versão terá uma capacidade de processamento de dados ainda maior.

publicidade
Gemini
(Imagem: Gemini)

Testes com os chatbots

  • O site, então, fez testes de como ambas IA se saíam quando solicitadas para resumir uma reunião em cinco tópicos. O resultado foi similar. Tanto o ChatGPT quanto o Gemini fizeram um trabalho bom e quatro dos cinco tópicos continham as mesmas informações;
  • Outro teste foi solicitar aos chatbots para reescreverem um e-mail “malvado” em um tom profissional;
  • O Gemini se saiu melhor: a IA do Google escreveu uma mensagem que não precisou de nenhuma mudança e ainda deu dicas ao testador de como ser menos mau em e-mails no futuro. Já o ChatGPT sucedeu em transformar a mensagem em algo profissional, mas ainda teve uma linguagem muito rígida e com frases pré-prontas, que precisaram de mudanças;
  • Mais um teste: os chatbots receberam uma imagem de um casal em uma trilha e foram solicitados a escrever uma legenda para o Instagram;
  • Segundo o site, os dois falharam. Enquanto o ChatGPT fez uma legenda grande demais para o Instagram e cheia de emojis aleatórios, o Gemini se recusou a atender ao pedido porque a imagem mostra pessoas reais e a IA tem regras que previnem assédio.
GPT-4
Imagem: Rokas Tenys / Shutterstock

ChatGPT vs. Gemini em imagens

Então, o site resolveu testar as habilidades de geração de imagens do ChatGPT e do Gemini.

O primeiro pedido foi para as IAs criarem um convite para uma festa de uma criança de seis anos com o tema Peppa Pig, usando as cores rosa e dourado.

O ChatGPT Plus se saiu melhor, criando um convite chamativo, mas com alguns erros nas imagens (em um caso, algumas Peppa Pigs saíram com três olhos e rostos deformados). Nenhum dos dois chatbots foi perfeito, mas o Gemini sequer conseguiu criar palavras desenhadas legíveis.

O segundo teste foi pedir para os chatbots criarem um cenário fictício em que um mago ancestral espacial vem para a Terra para procurar um grupo para jogar Dungeons & Dragons, mas as pessoas ficam com medo de interagir com ele.

O resultado é que ambas IAs se saíram bem, criando cenários fictícios divertidos, o que leva à conclusão que tanto o ChatGPT quanto o Gemini são melhores em criar imagens do zero do que redesenhar personagens já conhecidos.

Resultado do DALL-E ao solicitar um “mago ancestral em busca de um grupo de RPG, mas com pessoas com medo dele” (Imagem: Vitória Gomez via DALL-E/Olhar Digital)

Privacidade

No quesito privacidade, o ChatGPT já dá ao usuário uma opção de não permitir que suas conversas sejam usadas para treinar o modelo de linguagem. No entanto, mesmo assim, há limitações: a OpenAI esclarece que as mensagens serão retidas por 30 dias antes de deletadas completamente do sistema para monitorar abusos.

O Gemini também oferece uma opção assim, mas se o Google decidir selecionar sua conversa com o chatbot para treiná-la, ela fica no sistema por até três anos.