EUA decidem que IA não pode registrar patentes

O Gabinete de Marcas e Patentes dos EUA determinou que apenas pessoas reais (e não a IA) podem obter uma patente
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Bruno Capozzi 17/02/2024 10h04
Inteligência Artificial e Cérebro Humano
Inteligência artificial e o cérebro humano.(Imagem: whiteMocca/Shutterstock)
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O avanço da inteligência artificial tem sido acompanhado de dúvidas. Uma delas é em relação ao crédito pelas novas descobertas e criações realizadas pela IA. Em outras palavras, será possível patentear invenções feitas com ajuda da tecnologia?

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O governo dos Estados Unidos já deu a sua resposta. E, segundo especialistas, a decisão pode moldar a forma como todos, desde grandes empresas a pequenos consertadores domésticos, podem solicitar proteções de propriedade intelectual. Ela também poderá influenciar o futuro de bilhões de dólares em investimentos.

Na última terça-feira (13), o Gabinete de Marcas e Patentes dos EUA (USPTO, na sigla em inglês) afirmou que para obter uma patente, uma pessoa real deve ter feito uma “contribuição significativa” para a invenção. Além disso, destacou que apenas um ser humano pode ser nomeado como inventor numa patente.

A orientação oficial assegura que as invenções que envolvem IA podem ser patenteadas. Ao mesmo tempo, continua valorizando a criatividade humana. No entanto, o que constitui uma “contribuição significativa” é uma questão bastante confusa e pode variar dependendo de quem está interpretando. As informações são da CNN.

inteligência artificial
EUA determinram que apenas pessoas reais (e não a IA) podem obter uma patente (Imagem: jittawit21/Shutterstock)

Uso de IA em pedidos de patente

  • O Gabinete de Marcas e Patentes dos EUA forneceu alguns exemplos de como as novas diretrizes irão funcionar.
  • Uma pessoa que simplesmente pedir a um chatbot de IA para conceber uma peça não será elegível para uma patente, uma vez que não contribuiu o suficiente para a invenção.
  • A decisão seria diferente se o mesmo indivíduo construir o prompt para resolver o problema específico e extrair uma solução através da tecnologia.
  • A nova orientação baseia-se na jurisprudência existente.
  • Um tribunal federal de recurso já considerou no ano passado que apenas pessoas reais podem ser listadas como inventores de patentes nos EUA, eliminando efetivamente a possibilidade de a IA ser nomeada como inventora ou co-inventora.
Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.