A Lei dos Serviços Digitais (DSA, na sigla em inglês) começa a valer a partir deste sábado (17) na União Europeia (UE). A legislação impõe novas regras para moderação de conteúdo e da publicidade online.

Para quem tem pressa:

  • A Lei dos Serviços Digitais entra em vigor na União Europeia (UE), estabelecendo novas obrigações para plataformas digitais no que diz respeito à moderação de conteúdo e à publicidade online, neste sábado (17);
  • A DSA (sigla da nova lei em inglês) proíbe explicitamente o direcionamento de anúncios a menores com base em dados pessoais e a qualquer pessoa com base em informações sensíveis, por exemplo;
  • As plataformas agora devem informar os usuários sobre os motivos de moderação de conteúdo ou contas, além de oferecer meios para contestação e reclamação;
  • A nova legislação aplica-se a big techs como X (Twitter), Meta e Google, enquanto serviços menores são isentos. Mas há preocupações sobre a prontidão dos Estados-Membros da UE para aplicar a lei de forma eficaz.

Entre os principais pontos da Lei dos Serviços Digitais está a proibição de direcionar anúncios a menores de idade com base em dados pessoais, por exemplo. A lei também proíbe o direcionamento de anúncios a qualquer pessoa com base em informações confidenciais – por exemplo: preferências sexuais e crenças religiosas.

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Agora, sites e plataformas terão de informar aos usuários os motivos pelos quais seu conteúdo ou conta foram moderados. Também precisarão oferecer caminhos para reclamações e contestações da decisão. 

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Entre as big techs que devem seguir a DSA estão X (antigo Twitter), Meta e Google. Já serviços pequenos – com menos de 50 funcionários e volume de negócios anual inferior a dez milhões de euros – estão isentos da nova legislação.

Lei dos Serviços Digitais da União Europeia

Lei Serviços Digitais União Europeia
(Imagem: FotosphaereShutter/ Shutterstock)

“A partir de amanhã [este sábado], as regras da Lei dos Serviços Digitais se aplicam a todas as plataformas online acessadas por usuários na UE”, disse Margrethe Vestager, da Comissão Europeia. “Usuários, Estados-Membros e plataformas agora podem usar as ferramentas sob o DSA para moldar um mundo online mais seguro e transparente.”

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A DSA também inclui regras para serviços de hospedagem como provedores de nuvem, que serão obrigados a oferecer uma maneira para as pessoas notificá-los sobre a presença de conteúdo ilegal em seu serviço. Até serviços intermediários como provedores de serviços de internet terão obrigações como produzir relatórios de transparência.

Embora a DSA seja nova, a UE se baseou na legislação para abrir uma investigação formal sobre o X por, entre outras pontos, preocupações da plataforma ter facilitado “a disseminação de conteúdo ilegal no contexto dos ataques terroristas do Hamas contra Israel”. Reguladores da UE podem multar empresas em até 6% de seu faturamento anual mundial por quebrar as regras da DSA. Também podem bloquear serviços como último recurso.

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Embora este prazo tenha sido esperado por muito tempo, há preocupações de que os Estados-Membros da UE não estejam prontos para aplicar as regras da DSA de forma mais ampla. No início desta semana, o Politico publicou que apenas um terço dos países da UE nomeou seus reguladores locais (nomeados Coordenadores de Serviços Digitais), esperados para lidar com reclamações de usuários e, em geral, aplicar a legislação em cada Estado-Membro.