Incêndio zumbi: como florestas pegam fogo mesmo abaixo de neve?

Fogo é "protegido" pela neve e queima matéria orgânica do solo por semanas até a chegada da próxima estação; entenda o fenômeno
Por Wagner Edwards, editado por Bruno Ignacio de Lima 22/02/2024 19h20, atualizada em 08/03/2024 11h00
incêndio zumbi no ártico
FOTO DE COPERNICUS SENTINEL, SENTINEL HUB PROCESSED BY PIERRE MARKUSE
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É muito comum ouvir pelos jornais que o aquecimento global ou a seca extrema contribuíram para o desenvolvimento de um incêndio florestal. Mas e se o incêndio acontecer embaixo da neve? Atualmente, a região de Colúmbia Britânica, no Canadá, enfrente inúmeros fenômenos como esse, apelidado de ‘incêndio zumbi’. A seguir, confira mais informações sobre este evento e como ele ocorre, mesmo soterrado de neve.

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O que são e como ocorrem os “incêndios zumbis”?

Incêndio zumbi em colúmbia britânica
Reprodução: BBC

Muitas regiões pelo mundo –– e isso inclui várias áreas do nordeste do Brasil, por exemplo –– lidam com a presença da seca, um evento marcado pelo problema de distribuição de água, o que afeta o solo e as plantas dentro dele.

Mas para além disso, esta seca excessiva também corrobora para o aparecimento de incêndios florestais, os quais se tornam ainda mais frequentes em virtude do aquecimento global. Inúmeras vezes, como já ocorreu nos solos da Austrália, as regiões ficam dias ou semanas queimando, o que destrói a fauna e a flora do lugar, além de acumular mais gases nocivos na atmosfera.

No caso do Canadá –– mais especificamente de regiões como a Colúmbia Britânica –– estes incêndios começaram antes da temporada da neve, muito embora nem mesmo a umidade dos flocos brancos tenha sido capaz de extingui-los. Nasceu, assim, o apelido de “incêndio zumbi” para denominar o incêndio florestal que ocorre abaixo da neve de uma floresta.

O termo é propositalmente um paradoxo, visto que o gelo possui umidade e, em teoria, deveria ser capaz de apagar o fogo; mas, na prática, isso não acontece. Nas aulas de Química, vemos que o fogo precisa, basicamente, de dois fatores para existir: oxigênio e uma matéria para ser consumida. No caso do incêndio zumbi, ele detém oxigênio e a matéria que consome para se manter ativo costuma ser a chamada ‘turfa’.

Muitos denominam a turfa como uma matéria fóssil, formada pela decomposição de vegetais remanescentes no solo. E no caso dos incêndios zumbis na Colúmbia Britânica, local que já atingiu temperaturas de -40 ºC, o fogo fica “protegido” pela neve e queima despreocupado o resto de turfa que o solo abriga. Vendo de longe, é possível encontrar uma neve com mudanças nítidas na cor, sentir o cheiro da fumaça devido à queima da matéria orgânica, ou simplesmente avistar uma tempestade que cheire à fumaça.

De forma geral, esses incêndios zumbis se apagam por conta própria antes da chegada da primavera. Mas, caso isso não ocorra, as autoridades são acionadas para tentar controlar e apagar as chamas, visto que se o fogo continuar após a neve ir embora, as labaredas terão uma oportunidade maior de propagar o incêndio exponencialmente.

Antigamente, os estudiosos apontavam que um fenômeno como esse costumava ser raro. Mas, que devido às mudanças climáticas, o evento passou a ocorrer com muito mais frequência e agora pode representar um risco ainda maior às pessoas, à fauna e à flora.

Com informações: BCC News Brasil.

Wagner Edwards
Editor(a) SEO

Wagner Edwards é Bacharel em Jornalismo e atua como Analista de SEO e de Conteúdo no Olhar Digital. Possui experiência, também, na redação, edição e produção de textos para notícias e reportagens.

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.