Se você não estava em Marte no ano passado, com toda certeza sofreu com a passagem do El Niño, seja pelas mudanças bruscas de temperatura, com calor em pleno inverno ou o contrário, e pela decorrência dos vários ciclones e as secas no país.

A verdade é que não importa a região do Brasil, esse fenômeno provocou uma série de acontecimentos, desde enchentes, principalmente no sul e sudeste, a grandes estiagens das chuvas no norte e nordeste, deixando o clima seco e trazendo graves consequências. Entenda agora, quais são as previsões para o El Niño este ano.

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Veja as previsões para o El Niño em 2024

Muito longe de ser um estado de alerta apenas em 2023, o El Niño ainda trará grandes mudanças climáticas para 2024. Segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), tudo indica que este ano será ainda mais quente que o ano passado.

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A organização confirma que isso acontecerá em consequência das mudanças climáticas em curso somadas à ocorrência do fenômeno El Niño, de aquecimento das águas do Pacífico, que se estenderá até meados do ano.

Mas a boa notícia é que o fenômeno deva se dissipar entre abril e junho de 2024. Porém, até lá, é possível que ainda aconteçam novas ondas de calor, de acordo com os especialistas.

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Aquecimento Global e El Niño

Por outro lado, algo ainda mais importante pode fazer com o fenômeno seja fortalecido antes de ir embora. Segundo o relatório da OMM, o principal fator por trás do aumento das temperaturas é o aquecimento global, mas o El Niño, por sua vez, provoca impacto na temperatura do planeta, especialmente no ano seguinte ao de sua formação, ou seja, este ano de 2024.

Dessa forma, dois fatores se juntam para fazer com que 2024 seja, de fato, um dos anos mais quentes da história: o El Niño e o aquecimento global. Infelizmente, isso significa que se em 2023, as ondas de calor e elevação das temperaturas, que o El Niño trouxe, provocaram alteração no regime de chuvas, isso pode acontecer novamente e, ainda com maior intensidade, e com o acréscimo da possibilidade de incêndios florestais mais frequentes no Cerrado e na Amazônia.

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Enfraquecimento do El Niño e a chegada da La Niña

De acordo com a previsão da MetSul Meteorologia, a tendência para o Pacífico Equatorial é de aconteça o enfraquecimento adicional do El Niño ao longo das próximas semanas, mas o fenômeno ainda deve seguir presente no Pacífico Centro-Leste ainda durante todo o restante do verão.

As anomalias positivas de TSM que caracterizam o El Niño no Pacífico Tropical continuarão acima da média pelo menos até o trimestre de fevereiro, março e abril de 2024 e a partir daí, se iniciará um enfraquecimento mais intenso da porção leste para oeste, iniciando a transição para a fase neutro do ENOS.

Segundo as previsões probabilísticas da NOAA, essa probabilidade de fase neutra diminui nos trimestres seguintes à medida que aumenta a probabilidade de La Niña (44%), ficando quase igual à probabilidade de fase neutra no trimestre de julho, agosto e setembro.

De acordo com especialistas, o La Niña deve ser percebido a partir de outubro, já que normalmente o evento começa no inverno, mas seus efeitos se iniciam na primavera.