Dragão chinês de 240 milhões de anos é revelado por completo pela primeira vez

Réptil marinho de mais de cinco metros e pescoço alongado só pôde ser reconstruído após mais de 20 anos de pesquisa
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Rodrigo Mozelli 23/02/2024 17h48
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Esqueleto reconstruído do réptil marinho chinês (Imagem: Museus Nacionais da Escócia)
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Os restos mortais de um “dragão chinês” foram revelados por completo pela primeira vez em mais de 20 anos. Os primeiros vestígios foram encontrados em 2003 e, desde então, paleontólogos lutam para reconstruir o animal, um réptil marinho de mais de cinco metros de comprimento e estranhamente parecido com o místico dragão.

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Dragão chinês

O dragão chinês é, na verdade, um réptil marinho, que teve os primeiros restos mortais identificados há mais de 20 anos. Ele era conhecido como Dinocephalosaurus orientalis, tem cinco metros de comprimento e era nativo do sudoeste da China no período Triássico.

No entanto, como as primeiras descobertas eram incompletas, foi impossível reconstruir o dragão em sua totalidade. Desde então, cientistas da Escócia, Alemanha, Estados Unidos e China buscam mais vestígios de seu passado. Agora, finalmente conseguiram remontá-lo.

Segundo o IFLScience, o espécime montado atualmente é baseado em sete espécimes, com cinco vestígios recém-descobertos. Um deles é totalmente articulado. Todos foram encontrados na província de Guizhou, uma parte do sul da China conhecida por seus achados paleontológicos.

Visão dorsal do crânio do Dinocephalosaurus orientalis (Imagem: Museus Nacionais da Escócia)

Como é o réptil marinho chinês

  • Juntando os vestígios do animal, os pesquisadores descobriram que o dragão chinês tem pescoço longo, ainda maior do que se acreditava anteriormente;
  • Segundo o Dr. Nick Fraser, Guardião de Ciências Naturais dos Museus Nacionais da Escócia, em comunicado, essa é mais uma descoberta que mostra as maravilhas do Triássico – e que com certeza vai estimular a imaginação e fazer lembrar do lendário dragão chinês;
  • De acordo com o fóssil reconstruído, é possível ver que as nadadeiras do animal estavam bem adaptadas à vida oceânica;
  • Além disso, os pesquisadores encontraram espinhas de peixe na área do estômago de alguns espécimes, dando dica do que comiam;
  • Apesar da semelhança, os cientistas garantiram que o dragão chinês não tem relação com os plesiossauros, espécie de réptil marinho gigante que evoluiu há mais de 40 milhões de anos.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.