Em 2021, a NASA lançou ao espaço a missão DART (sigla em inglês para Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo). O objetivo era provocar uma colisão com rochas espaciais na tentativa de desviar a trajetória delas, o que serviria como um novo método de defesa da Terra. No ano passado, a espaçonave se chocou contra Dimorphos, a “lua” do asteroide Didymos, e conseguiu desviar sua rota. No entanto, pesquisadores descobriram que a colisão produziu um outro efeito: ela remodelou a rocha espacial.

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A partir dos dados colhidos pela missão da NASA foram realizadas simulações do que aconteceu com Dimorphos após a colisão. E os resultados, segundo os pesquisadores, apontam que não foi criada uma enorme cratera na rocha, como poderia se esperar. Na verdade, é provável que o impacto tenha mudado o formato do asteroide.

A colisão foi de uma massa de 580 kg atingindo um asteroide de aproximadamente 5 bilhões de kg. Para efeito de comparação, isso equivale a uma formiga batendo em dois ônibus. Mas a espaçonave também está viajando cerca de 6 quilômetros por segundo.

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A simulação indica que Dimorphos agora orbita em torno de Didymus 33 minutos mais lento do que antes. Sua órbita passou de 11 horas, 55 minutos para 11 horas e 22 minutos.

A mudança de momento para o núcleo de Dimorphos também é maior do que se poderia prever a partir do impacto direto. O impacto fez com que muito material fosse expelido de Dimorphos e agora está viajando na direção oposta ao impacto. Isso acaba desacelerando o asteroide.

Asteroide Dimorphos (Imagem: reprodução/NASA, ESA, David Jewitt (UCLA); Alyssa Pagan (STScI)

Asteroide foi remodelado com o impacto

  • As observações permitiram aos cientistas estimar quanto foi perdido do asteroide após o impacto.
  • A resposta é cerca de 20 milhões de quilos, o equivalente a cerca de seis dos foguetes Saturno V da era Apollo totalmente carregados de combustível.
  • A combinação de todos os parâmetros (massa, velocidade, ângulo e quantidade de material perdido) e a simulação do impacto ainda possibilitaram que os pesquisadores concluíssem que a superfície do asteroide deve ter sido remodelada.
  • Novos estudos são necessários para entender melhor o que isso pode significar na trajetória futura da rocha espacial.
  • Também ainda não está totalmente claro se o resultado da missão mudaria efetivamente a rota e evitaria um possível impacto do asteroide com a Terra.
  • De qualquer forma, os cientistas lembram que Dimorphos não apresenta qualquer risco ao nosso planeta e que tudo apenas se tratou de um teste.
  • As informações são do The Conversation.