Drex está cada vez mais perto de entrar em operação. A nova moeda digital do Brasil já está praticamente pronta do ponto de vista tecnológico para ser testada pela população. No entanto, ainda faltam algumas questões jurídicas para o lançamento oficial, que pode acabar atrasando.

Leia mais

publicidade

Segundo Fabio Araujo, coordenador do projeto do real digital no Banco Central, a autoridade monetária está trabalhando para cumprir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e o sigilo bancário. Ele deu as declarações durante participação, de forma virtual, em um evento na sede da Microsoft, em São Paulo, nesta segunda-feira (26).

A fase piloto, cujo propósito era investigar as soluções de privacidade na infraestrutura já construída da moeda, será finalizada em maio, mas não deve progredir com protocolos definitivos.

publicidade

Avançamos em velocidade fantástica na parte de soluções, mas provavelmente não vamos conseguir atingir todos os requisitos regulatórios até o meio do ano. Vamos continuar os testes de privacidade e tentar amadurecer algum outro aspecto do projeto, de outros casos de uso e outros participantes. Vai depender da burocracia e a forma que a gente deve encerrar a primeira fase do piloto.

Fabio Araujo, coordenador do projeto do real digital no Banco Central

A ideia é seguir construindo soluções de privacidade e protocolos de governança ao longo do segundo semestre, com a inclusão de ativos na plataforma que serão oferecidos durante os teste para a população. As informações são do Valor Econômico.

Drex
Ainda faltam algumas questões jurídicas para o início dos testes do Drex pela população brasileira (Imagem: Sidney de Almeida/Shutterstock)

O Drex

  • Na prática, o Drex servirá como o futuro das cédulas físicas, já emitidas pelo BC, e será garantida pelos mesmos fundamentos e pelas mesmas políticas econômicas já em vigor.
  • Será possível usar a moeda digital para transações financeiras, transferências e pagamentos, por exemplo.
  • Sua custódia ficará no Banco Central.
  • Ela poderá ser trocada pelo real tradicional (em notas), e vice-versa, mas o foco serão as transações financeiras.
  • A cotação frente a outras moedas também será a mesma.
  • Não será permitido que os bancos emprestem esses recursos a terceiros — como acontece atualmente com o real físico — e depois os devolva aos clientes.
  • Não haverá remuneração, ou seja, os recursos não terão uma correção automática.
  • Haverá uma garantia da segurança jurídica, cibernética e de privacidade nas operações.
  • Ainda segundo o BC, qualquer pessoa ou empresa que desejar ter a moeda digital precisará entregar reais em formato convencional para a realização da troca.
  • “Essa operação não será feita diretamente pelo BC, ela será intermediada por um participante do sistema financeiro (banco, cooperativa ou fintech) ou do sistema de pagamentos (instituição de pagamento), ou ainda de algum novo tipo de empresa que venha a ser criada sob a autorização do BC para intermediar o acesso e a utilização de reais no formato digital”, disse o Banco Central.
  • Os usuários precisarão ter uma carteira virtual em custódia de um agente autorizado pela entidade — como um banco ou uma instituição de pagamento, por exemplo — para conseguir ter acesso à nova moeda digital.
  • Por estar sempre associada a um serviço financeiro, é natural que os custos da plataforma da nova moeda digital estejam embutidos.