A relação entre câncer e idade não é coincidência. O Instituto Nacional do Câncer dos Estados Unidos registrou que a idade média para o início do câncer é de 66 anos. Já o Reino Unido diz que metade dos novos casos da doença são em pessoas com mais de 70 anos.

Na verdade, o risco aumentado da doença durante o envelhecimento tem a ver com lesões no DNA, que se tornam mais comuns com a idade e podem ser aumentadas pelo excesso de álcool e cigarro.

publicidade

Leia mais:

Câncer vs. envelhecimento

De acordo com Frederico Menck, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), as lesões no DNA estão diretamente ligadas ao envelhecimento.

publicidade

Elas acontecem conforme o material genético das células é alterado. Isso pode ser derivado do próprio funcionamento do corpo, como a partir do oxigênio durante a respiração, ou por processos externos, como cigarro, poluição e álcool em excesso.

Ao Jornal da USP, Menck explicou que essas lesões causam estresse transcricional, ou seja, que altera o processo de síntese de RNA a partir de DNA e prejudica a célula, inclusive, podendo levar à morte de células importantes, como células-tronco.

publicidade

Imagem: Pexels

Desenvolvimento da doença

  • As lesões no DNA não querem dizer que uma pessoa terá câncer, mas a doença surge a partir da alteração na sequência de base do DNA – algo que as lesões causam;
  • O que pode acontecer é a lesão alterar a mutação da célula, fazendo surgir célula tumoral. Essa, por sua vez, se multiplica, podendo dar origem ao tumor;
  • Além disso, como explica Menck, nosso sistema imunológico nos protege disso, mas, com o passar do tempo, algumas células escapam do sistema, algo que se torna mais comum conforme envelhecemos;
  • Inclusive, doenças raras que provocam alteração de DNA também podem causar câncer, até precocemente.

publicidade
Paciente com câncer
Imagem: Ground Picture/Shutterstock

Tratamento é o mesmo do câncer

Segundo o professor, o tratamento é o mesmo do câncer. A quimioterapia, por exemplo, lesa o DNA da célula tumoral multiplicada.

No entanto, vale lembrar que os métodos de tratamento variam de paciente para paciente, inclusive considerando o tipo de câncer, o estágio e as condições de saúde.