Imagina você estar em um avião em altitude de cruzeiro e flagrar um enorme jato brilhante cruzando o céu? O fenômeno que você vai conhecer agora é um pouco incerto. Pela gravação, não sabemos se é um “jato gigante” (gigantic jet) ou um “jato azul” (blue jet). Mas um se origina do outro e são incríveis, então vamos explicar os dois.

Seja o “azul” ou o “gigante”, o fenômeno foi registrado por um piloto em 19 de novembro de 2021, a 12 km de altitude, enquanto sobrevoava a Baía de Bengala, no Oceano Índico.

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Errata: inicialmente, informamos que o vídeo foi feito na Argentina. Depois, atualizamos a nota.

O que você precisa saber?

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  • Piloto de avião registrou um “jato azul” ou um “jato gigante” no céu;
  • Qualquer que tenha sido o fenômeno, ele é raro e foi poucas vezes registrado, já que dura milésimos de segundos;
  • Eles são formados pela interação de elétrons, ondas de rádio e da atmosfera;
  • Esse tipo de aparição também já foi confundida com OVNIs;
  • O vídeo foi compartilhado na rede social X.

Esses eventos são bastante raros e difíceis de se registrar, já que duram milésimos de segundos. Eles podem chegar até 50 quilômetros na estratosfera e podem ser vistos do espaço, inclusive. Em 2021, astronautas na Estação Espacial Internacional (ISS) registraram um evento do tipo partindo da Terra.

Mas o que é esse jato brilhante no céu?

Um blue jet é um tipo raro de evento luminoso transiente, também chamado de TLE. Eles ocorrem acima das nuvens de tempestade e seus estudos eram basicamente limitados a especulações acerca de alguns relatos até o final do século XX. Esse fenômeno ocorre a partir de uma intensa descarga elétrica que parte do topo das nuvens de tempestade e vai até o limite da mesosfera, cerca de 95 quilômetros de altitude.

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A explicação é de Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia, membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira – e diretor técnico da Bramon – Rede Brasileira de Observação de Meteoros ao Olhar Digital.

Jato azul registrado por avião na Argentina (Imagem: Reprodução)

Eles são formados pela interação de elétrons, ondas de rádio e da atmosfera.

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O astrônomo conta que antigamente o “jato azul” era considerado um fantasma ou um OVNI (Objeto voador não identificado): “Em certa altura o TLE pode produzir um flash de luz que assume formatos variados como simples colunas de luz ou até mesmo o formato de um pé de cenoura ou de uma fada. E não é à toa que várias pessoas que visualizaram esse fenômeno os associavam com fenômenos sobrenaturais como a visualização de fantasmas ou até mesmo de OVNIs”.

“Por este motivo os tipos mais comuns de TLE são chamados sprites, nome que remete a um ser mitológico do folclore europeu também chamado de espírito do ar. Algumas das explicações consideradas naquela época era que a visualização de sprite era apenas uma ilusão de ótica, mas há quem duvidasse da sanidade mental daqueles que relataram terem visto”, afirma Zurita.

O colunista do Olhar Digital diz que essa área de estudo só começou a ter alguma credibilidade e relevância a partir de 1989, quando os primeiros sprites foram registrados acidentalmente em uma câmera de vídeo: “Mais tarde, outros fenômenos semelhantes foram registrados. Como os ‘gigantic jets’, que se iniciam como os blue jets, mas que no final apresentam uma ramificação avermelhada que atinge os limites da mesosfera”.