A Europa, lua de Júpiter coberta de gelo, não produz tanto oxigênio quanto se pensava. Essa foi a conclusão de pesquisadores, após analisarem dados compilados pela missão Juno, da NASA, num estudo publicado na segunda-feira (04). Isso faz da Europa, a quarta maior lua do planetão gasoso, uma candidata pouco promissora para sustentar vida alienígena.

Para quem tem pressa:

  • Pesquisadores constataram que a lua Europa de Júpiter produz significativamente menos oxigênio do que previsto anteriormente. Sua superfície gera apenas 12 quilos por segundo, ao invés da tonelada por segundo estimada até então;
  • Apesar da produção de oxigênio ser menor que o esperado, cientistas ainda consideram Europa uma candidata para abrigar vida microbiana, graças ao seu oceano subterrâneo e à capacidade da crosta gelada de liberar oxigênio;
  • Diferentemente da Terra, onde o oxigênio é produzido principalmente por fotossíntese, a lua Europa gera oxigênio por meio do bombardeamento de partículas carregadas do espaço em sua superfície congelada, processo que a torna única no Sistema Solar;
  • A próxima missão Europa Clipper, da NASA, está com lançamento agendado para 2024 e chegada à órbita de Júpiter por volta de 2030. A missão visa explorar mais a fundo as condições da lua Europa e seu potencial de abrigar vida alienígena.

Até então, estimava-se que a superfície da Europa produzia uma tonelada de oxigênio por segundo. Mas cálculos de um sobrevoo de 2022 na lua jupiteriana revelaram que sua superfície produz 12 quilos de oxigênio por segundo – isto é, apenas 1,2% do que se estimava. Os dados constam no estudo publicado na revista Nature Astronomy.

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Vida alienígena na lua Europa?

(Foto: NASA/SwRI/MSSS/Gerald Eichstädt/Seán Doran/Reprodução)

No entanto, o balde de água fria não apagou totalmente a possibilidade de existir vida alienígena na lua Europa. Os cientistas permanecem otimistas de que a lua, conhecida por ter oceano subterrâneo, pode abrigar vida na forma de micróbios. O físico Jamey Szalay, autor principal do estudo e pesquisador da Universidade de Princeton, disse ao New York Times (NYT) que a escassez de oxigênio “não é totalmente proibitiva” para a habitabilidade.

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Diferentemente daqui na Terra – onde fotossíntese de plantas, algas e cianobactérias bombeia oxigênio para a atmosfera – na Europa partículas carregadas do espaço bombardeiam a crosta gelada da lua. Isso faz com que a superfície congelada libere moléculas de hidrogênio e oxigênio. “A camada de gelo é como se fosse o pulmão de Europa”, explicou Szalay ao NYT.

Embora atualmente não haja planos para Juno passar pela lua Europa novamente, a próxima missão Europa Clipper, da NASA, será lançada ainda em 2024, com planejamento de chegar à órbita de Júpiter até 2030. Essa missão ajudará a “determinar se Europa possui condições que poderiam ser adequadas para a vida”, de acordo com comunicado publicado pela agência espacial estadunidense.