Astrônomos observaram pela primeira vez em luz visível uma estrela sendo engolida por um buraco negro supermassivo relativamente perto da Terra. A observação foi feita no dia 22 de fevereiro de 2023 e foi percebida por um aumento repentino no brilho da estrela e logo em seguida um rápido escurecimento.

O estudo será publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society e foi conduzido por astrônomos do Instituto de Astronomia da Universidade do Havaí (IfA). Na pesquisa foram utilizadas observações do sistema All-Sky Automated Survey for Supernovae (ASAS-SN) e o evento foi visto na galáxia NGC 3799, há 160 milhões de anos-luz de distância da Terra.

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Embora buracos negros destruindo estrelas já tenham sido vistos antes, este é o primeiro que vimos tão perto usando luz visível. Isso poderia nos dar uma compreensão muito melhor de como os pequenos e médios buracos negros crescem e coletam material ao seu redor.

Willem Hoogendam, estudante do IfA e colíder da pesquisa, em comunicado
Representação artística de um buraco negro no Universo. (Crédito: JET-Black – Shutterstock)

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Depois que a estrela foi destruída surgiu um clarão

Depois que a estrela sendo engolida pelos buracos negros foi vista, os astrônomos fizeram observações de acompanhamento para descobrir se o aumento repentino se tratava de um evento de interrupção de maré (TDE). Os dados para isso foram coletados a partir dos telescópios Asteroid Terrestrial Last Alert System (ATLAS) do IfA, em Maunaloa e Haleakalā o Observatório WM Keck, em Maunakea, e outros observatórios terrestres e espaciais.

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Os TDEs se dão quando estrelas chegam perto demais desses objetos supermassivos, e acabam sendo dilaceradas pela enorme força gravitacional do buraco negro e tendo seu material engolido. Quando isso acontece, um intenso brilho é produzido e um clarão luminoso é criado.

Foi esse clarão que o ASAS-SN viu. Esses eventos já foram observados muito longe da Terra antes, mas o ASASSN-23bd, como é conhecido, oferece uma oportunidade para estudos aprofundados dos TDEs. E os astrônomos descobriram que esse em questão, é muito diferente dos outros.

  • Esse TDE foi muito menos energético que os anteriores;
  • A mudança do brilho repentino se duas vezes mais rápido que o normal;
  • Ele se enquadra em uma categoria única de objetos de baixa luminosidade e TDEs rápidos