A produção de chips está aumentando e, para dar conta da demanda, empresas estadunidenses como Intel e Samsung têm planos de construir novas megafábricas ao redor do país. No entanto, a demanda por energia também vai aumentar e oferta de energia limpa não dá conta do abastecimento, o que deve fazer o consumo de fontes não renováveis crescer.
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Fabricação de chips vs. energia limpa
Um novo relatório alertou que o aumento na produção de chips nos Estados Unidos pode alimentar a procura por energia. Mesmo com os incentivos em prol das energias limpas, não devem ser elas a abastecer as megafábricas de empresas como Intel, TSMC, Samsung e Micron.
Segundo o documento, quando estiverem funcionando, essas novas unidades poderão usar mais que o dobro de eletricidade do que Seattle ou outras cidades de médio porte no país.
As quatro companhias com planos de construção já firmaram compromissos para fazê-lo de forma sustentável e renovável, mas, apesar de afirmarem que vão cumprir o acordo, o relatório rebate: não é inteiramente verdade.
Energia limpa ou não?
- Simplesmente não há energia limpa suficiente para dar conta da demanda criada pelas futuras fábricas. Ou seja, as empresas terão de recorrer a outras fontes se quiserem continuar operando;
- O The Verge explicou a estratégia que pode estar por trás disso: Certificados de Energia Renovável (RECs, em inglês);
- Os RECs consistem na compra de certificados que atestam que a energia elétrica consumida é proveniente de fontes renováveis;
- No entanto, a partir do momento que uma empresa como a Intel compra créditos de outra empresa com diversas fontes de energia, não é possível saber exatamente da onde a energia que abastece as fábricas vem;
- De acordo com o site, em um mundo ideal, os RECs apoiaram o desenvolvimento de novos projetos renováveis. Só que não é isso que acontece: os certificados são tão mais baratos de comprar que simplesmente não compensa de fato investir em novos projetos de energia limpa.
Soluções para a indústria de chips
O relatório indica que, para minimizar os danos ao meio ambiente, as fabricantes de chips devem seguir o exemplo da Apple, Google e Meta: ao invés de comprar os RECs como produto, podem estabelecer Contrato de Compra de Energia (PPA), que apoia um projeto de energia renovável em troca de eletricidade.
Essa iniciativa têm tido mais sucesso em incentivar a energia limpa e pode garantir o abastecimento das megafábricas.