Mulheres líderes de TI recebem 48% menos que homens, aponta estudo

Pesquisa revela que diretoras de TI recebem 48% menos que colegas homens, apesar de qualificações equivalentes
Ana Luiza Figueiredo08/03/2024 04h07, atualizada em 08/03/2024 21h01
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Uma pesquisa conduzida pela empresa de recrutamento executivo Plongê, baseada em São Paulo, trouxe à luz uma marcante desigualdade salarial no setor de tecnologia: diretoras de Tecnologia da Informação (TI) estão ganhando, em média, 48% menos que seus colegas do sexo masculino. Este cenário persiste apesar de ambas as partes possuírem trajetórias profissionais e qualificações similares.

O estudo, realizado no segundo semestre de 2023 e divulgado pelo Valor Econômico, envolveu entrevistas com 28 Chief Technology Officers (CTOs), sendo metade deles mulheres. Estes profissionais têm, em média, 23 anos de experiência na área, evidenciando a profundidade da desigualdade de gênero neste mercado, independentemente do nível de experiência ou qualificação.

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Adriana Orelhana, sócia da Plongê e especialista em contratações para cargos de alta gestão, comentou a situação ao Valor: “Identificamos uma clara desvalorização das executivas nos cargos de CTO, que se manifesta não só no menor número de mulheres nestas posições, mas também na disparidade salarial em relação aos homens com perfis similares.”

O relatório também revela que algumas empresas se aproveitam dessa desigualdade salarial como estratégia para economizar em contratações, oferecendo às candidatas valores inferiores ao mercado, mesmo quando dispõem de orçamentos maiores. Esta prática contribui para perpetuar o cenário de desequilíbrio.

“Apagão” de talentos e o que fazer para melhorar o cenário

  • Além da questão salarial, a pesquisa aborda a problemática do “apagão” de talentos no setor, agravada pela migração de profissionais para o exterior.
  • A consultora destaca que a desvalorização do trabalho feminino não só dificulta a atração e retenção de talentos qualificados, mas também contraria os princípios ESG, que visam promover um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo.
  • Para combater essa disparidade, a Plongê recomenda que as empresas realizem análises periódicas das diferenças salariais e dos planos de carreira entre homens e mulheres, buscando integrar a equidade como um valor essencial da cultura corporativa.
  • Esta abordagem deve transcender a questão de gênero, englobando também a diversidade racial, etária, orientações sexuais e experiências de vida.
  • A conclusão do estudo faz um apelo às lideranças corporativas para que adotem medidas efetivas na promoção da igualdade, com a esperança de que esforços conscientes e coordenados possam eventualmente eliminar a desigualdade salarial no setor tecnológico.

Ana Luiza Figueiredo é repórter do Olhar Digital. Formada em Jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), foi Roteirista na Blues Content, criando conteúdos para TV e internet.