Formação de estrelas quentes aparece em foto incrível do James Webb

O James Webb observou a nebulosa com dois sensores que forneceram diferentes perspectivas dessa região do Universo
Por Mateus Dias, editado por Lucas Soares 11/03/2024 19h44, atualizada em 12/03/2024 20h50
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O Telescópio Espacial James Webb fez imagens impressionantes de uma nebulosa conhecida como NGC 604. Essa é uma região de formação estelar localizada na galáxia M33 e sua observação revelou a complexidade desses processos.

A NGC 604 está a cerca de 2,73 milhões de anos-luz de distância, e estima-se que ela tenha cerca de 3,5 milhões de anos e um diâmetro de 1300 anos-luz. O James Webb usou dois dos seus sensores para investigá-la, o NIRCam (Near-Infrared Camera) e o MIRI (Mid-Infrared Instrument). 

As observações mostram bolhas cavernosas e filamentos de gás, onde mais de 200 tipos diferentes de estrelas quentes e massivas estão nascendo na nebulosa. As estrelas que estão surgindo na NGC 604 agora, são do tipo B e O, essas últimas são 100 vezes mais massivas que o Sol, e os pesquisadores nunca antes haviam observado tantas estrelas massivas assim tão perto da Terra.

Por estarem relativamente próximas do planeta e serem tantas estrelas, a nebulosa pode dar aos astrônomos uma oportunidade de observar esses objetos se formando.

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Nebulosa vista pelo NIRCam

Nebulosa NGC 604 vista pelo NIRCam (Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI)

As características mais marcantes da imagem feita pelo NIRCam são as emissões vermelhas brilhantes saindo de grandes bolhas livres de poeira esculpidas pelos ventos solares na nebulosa.

  • O brilho fantasmagórico azul e branco é causado pelo gás hidrogênio ionizado pela radiação ultravioleta;
  • As listras laranjas representam a presença de moléculas a base de carbono com origem misteriosa, conhecidas como hidrocarbonetos aromáticos policíclicos, ou PAHs;
  • O vermelho mais profundo é o hidrogênio molecular essencial para a formação das novas estrelas

O MIRI mostra uma nova perspectiva

Nebulosa NGC 604 vista pelo MIRI (Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI)
Nebulosa NGC 604 vista pelo MIRI (Crédito: NASA, ESA, CSA, STScI)

Nas imagens do MIRI, sensor que faz observações no infravermelho médio, a nebulosa NGC 604 é vista de outra forma. Nessa captura é possível ver menos estrelas, porque as mais quentes são menos brilhantes nesse comprimento de onda. No entanto, as nuvens de gás e gás e poeira frias brilham mais. Aqui o brilho azulado representa a presença das moléculas à base de carbono, os PAHs,

Redator(a)

Mateus Dias é estudante de jornalismo pela Universidade de São Paulo. Atualmente é redator de Ciência e Espaço do Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.