Eu me lembro da primeira vez que decorei os 9 planetas do Sistema Solar. Sim, naquela época eram 9, quando Plutão ainda não havia sido rebaixado para a classificação de planeta anão. Essa mudança ocorreu em 2006, quando Mercúrio passou a receber o status de o menor planeta conhecido.

Só que o reinado de Mercúrio durou pouco. Com as novas missões e os telescópios espaciais, passamos a descobrir a existência de diversos exoplanetas, ou seja, planetas que ficam fora do nosso sistema solar, que orbitam outras estrelas.

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É o caso do chamado Kepler 37-b, descoberto em 2013 pelo telescópio espacial da Nasa que levava o mesmo nome do planeta. Com aproximadamente 3.860 quilômetros de diâmetro, ele tem mais ou menos um terço do tamanho da Terra e é pouca coisa maior do que a nossa Lua.

Imagem: Reprodução/Nasa

O Kepler-37b faz parte de um sistema planetário também descoberto naquela época, o Kepler-37, e gira ao redor de uma estrela como o nosso Sol. Eles estão a cerca de 210 anos-luz da Terra.

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Desde 2013, o Kepler-37b é considerado o menor planeta descoberto pelo homem. Ou seja, já são mais de 10 anos sustentando essa posição. Mas os astrônomos afirmam que isso não vai durar muito mais tempo.

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O Telescópio Espacial Nancy Grace Roman

Eis o motivo para os especialistas terem a convicção de novos e menores exoplanetas serão descobertos.

O Grace Roman será um telescópio espacial bem diferente do James Webb, por exemplo. Em vez de focar em um único objeto para capturar imagens detalhistas, ele terá um campo de visão amplo para registrar uma quantidade muito maior de objetos distantes.

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Representação artística do Telescópio Espacial James Webb investigando uma galáxia. Crédito: Dima Zel – Shutterstock

Ele vai utilizar uma técnica chamada microlente, um tipo de lente gravitacional, para encontrar exoplanetas. A ideia é que a gravidade de uma estrela funcione como uma lente, aumentando a luz de estrelas mais distantes, funcionando realmente como uma lente.

De acordo com a NASA, o telescópio pode encontrar cerca de 2.600 exoplanetas! Mas não só isso. Ele servirá também para estudar a estrutura e a evolução do espaço, a matéria escura e a expansão do universo.

A previsão é que ele seja lançado em 2027.

Por que Kepler-37b é considerado um planeta e Plutão não?

Curiosidades de Plutão
Plutão, o planeta anão – Imagem: Dima Zel / Shutterstock
  • Esse é um dos temas mais polêmicos da astronomia.
  • Tem cientista até hoje que não concorda com decisão de 2006 da União Astronômica Internacional (IAU) de rebaixar o até então menor planeta conhecido.
  • De acordo com a entidade, para ser considerado um planeta, o corpo celeste deve:

1) Estar em órbita ao redor de uma estrela;
2) Ser grande o suficiente para que a gravidade o torne esférico;
3) Ser gravitacionalmente dominante de sua própria zona orbital.

  • Plutão não atendia ao terceiro requisito, mas os cientistas alegam que muitos exoplanetas também não.
  • Na verdade, é muito difícil cravar que eles estejam limpando tudo ao redor da sua órbita.
  • Para Thomas Barclay, astrofísico do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, essa definição foi feita pensando apenas em nosso sistema solar.
  • O problema é que existem vários sistemas e nós estamos fazendo novas descobertas todos os dias, ou seja, o conceito deveria mudar.
  • Barclay foi o responsável por descobrir o Kepler-37b e será o cientista operacional do Telescópio Espacial Nancy Grace Roman.
  • A expectativa dele é que essa seja uma das mais importantes missões da história.

As informações são do portal Space.