Um grupo de pesquisadores da Universidade Monash desenvolveu um exame de sangue que detecta se uma pessoa esteve sem dormir por 24 horas ou mais. O teste é especialmente útil para identificar motoristas com privação de sono que podem colocar vidas em risco devido ao cansaço.
Detalhes sobre a pesquisa foram publicados na revista Science Advances.
Biomarcador do sono
- Com a ajuda de algoritmo de aprendizagem, os cientistas encontraram uma substância que pode identificar a privação do sono.
- Ela é gerada quando o corpo decompõe alimentos, medicamentos, produtos químicos ou os próprios tecidos.
- Em testes, esse biomarcador detectou com 99,2% de precisão quando uma pessoa ficou sem dormir por 24 horas ou mais, comparado com pessoas sem a privação do sono.
- Quando comparado com amostras de pessoas que dormiram o suficiente, a precisão caiu para 88,1% – o que ainda é um bom resultado.
- A equipe de pesquisa espera que o novo teste possa ser utilizado para garantir a segurança de motoristas e para a gestão de saúde.
Leia mais:
- Exame de sangue para descobrir Alzheimer é eficaz, diz estudo
- Ciência do sono: existem 5 tipos de “linguagem” ao dormir; veja qual a sua
- Por que é importante criar uma rotina de sono?
Um bafômetro do sono
A ideia principal é que o novo exame de sangue seja aplicado de forma semelhante ao bafômetro. Para isso, pretendem realizar experimentos em ambientes menos controlados, de preferência, em condições que possam comprovar que o exame é realmente necessário.
Como pode ser limitado, já que os testes de sangue são menos práticos nas estradas, as próximas investigações vão tentar descobrir também se o biomarcador pode ser detectado por saliva e respiração.
Mais segurança nas estradas
Os investigadores acreditam que o novo exame para detectar privação de sono pode ser tão revolucionário quanto o bafômetro foi.
Os testes de álcool foram um divisor de águas na redução de acidentes rodoviários e lesões graves e mortes associadas, e é possível que possamos conseguir o mesmo com a fadiga. Mas ainda é necessário muito trabalho para atingir esse objetivo.
Clare Anderson, autora da pesquisa, para o New Atlas