O gigante automobilístico Tesla está sendo alvo de críticas após um relatório revelar que a empresa pagou mais a seus executivos do que em impostos federais nos últimos anos. De acordo com o estudo, apesar da Tesla se posicionar como a montadora mais valiosa do mundo e registrar um lucro de US$ 4,4 bilhões entre 2018 e 2022, ela teria deixado de contribuir justamente com os impostos federais nos Estados Unidos.
O estudo, originado de dados da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA e noticiado pelo The Guardian, aponta para uma tendência preocupante: grandes corporações, incluindo a Tesla e outras gigantes como T-Mobile, Netflix e Ford, têm se esquivado do pagamento de impostos federais nos Estados Unidos.
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A Tesla, reconhecida como líder global no setor automotivo e com lucros significativos nos últimos anos, parece ter encontrado uma maneira de contornar suas obrigações fiscais. Segundo o relatório, a empresa não pagou um único centavo em impostos federais nos últimos cinco anos, e ainda recebeu um reembolso de US$ 1 milhão do governo dos EUA.
Além disso, o estudo levanta questões sobre a disparidade entre os altos salários dos executivos e a carga tributária. A Tesla distribuiu cerca de US$ 2.5 bilhões em remuneração para seus executivos durante esse período, levantando críticas sobre o sistema tributário e de governança corporativa.
“Os conselhos corporativos têm mais dinheiro para gastar com seus funcionários mais bem pagos quando não têm muito ou nada a pagar em impostos”, critica o relatório. “Até que este ciclo auto-reforçador seja quebrado, teremos um sistema tributário e de governança corporativa que beneficia os principais executivos — e mais ninguém.”
O CEO da Tesla, Elon Musk, que já teve conflitos com a SEC no passado, já havia mencionado a questão do deslocamento do ônus fiscal anteriormente.
No ano passado, Musk respondeu a uma postagem do presidente dos EUA, Joe Biden, em sua plataforma de mídia social, X, que pedia para “os super-ricos começarem a pagar sua parte justa”. Musk culpou “esquemas elaborados de evasão fiscal” pela brecha e observou que o ônus recairá sobre “trabalhadores com renda baixa a média”.