O terceiro lançamento da Starship foi emocionante. O maior foguete do mundo foi lançado nesta quinta-feira (14) diretamente de Boca Chica, no Texas (EUA), e diferentemente dos dois testes anteriores, em que a nave explodiu poucos minutos após a decolagem, dessa vez a SpaceX conseguiu concluir diversos objetivos e até mesmo fazer uma reentrada na Terra, o que rendeu imagens incríveis.

Apesar do registro, o estágio superior da Starship perdeu o sinal duplamente (tanto com os satélites Starlink quanto com as bases terrestres) pouco tempo depois do começo da reentrada, não tendo conseguido realizar o pouso em segurança no Oceano Índico.

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Apesar do incidente, a equipe da SpaceX classificou o lançamento como um sucesso. E não é pra menos, se no primeiro teste a nave voou por cerca de 4 minutos e no segundo por pouco mais de 8, dessa vez foi uma hora de Starship no espaço.

Nas imagens, é possível ver o plasma laranja se formando ao redor da Starship, a medida em que ela faz a reentrada. Durante o momento, segundo os dados da Spacex, a nave atingiu temperaturas de até 1.430 graus Celsius a uma velocidade de  27.000 km/h. 

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Todo o processo foi transmitido e comentado em tempo real pelo Olhar Digital, com apresentação de Bruno Capozzi, nosso editor-executivo, Lucas Soares, editor de Ciência e Espaço, e do astrônomo Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB) e diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon).

Megafoguete Starship é lançado com sucesso. Crédito: SpaceX

Decolagem histórica da Starship

De acordo com a SpaceX, entre os objetivos mais ousados do voo estavam:

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  • A queima de subida bem-sucedida de ambos os estágios, abrindo e fechando a porta de carga útil da Starship;
  • Uma demonstração de transferência de propelente durante a fase costeira do estágio superior;
  • A primeira religação de um motor Raptor no espaço;
  • Uma reentrada controlada.

Apenas a reentrada e a religação do motor não foram alcançados.

Cerca de 2min40s após a decolagem, houve a separação dos estágios. Enquanto o estágio superior de 50 m seguiu para o espaço, o Super Heavy começou os preparativos para uma queima de retorno para redirecionar sua trajetória. Esse processo reverteu a velocidade do booster, e foi planejado para ser seguido minutos depois por uma queima de pouso acima do Golfo do México. No entanto, parece que os motores do Super Heavy não reacenderam como planejado, levando à perda do propulsor.

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Visão impressionante do SpaceX Starship na órbita da Terra. Crédito: SpaceX

“Não acenderam todos os motores que esperávamos e perdemos o propulsor”, disse o porta-voz da SpaceX, Dan Huot, durante a transmissão ao vivo. “Teremos que analisar os dados para descobrir exatamente o que aconteceu, obviamente”.

Por sua vez, o estágio superior continuou voando após a separação, mas não tentou entrar em órbita completa. Em vez disso, a espaçonave entrou em uma fase de costa suborbital enquanto sobrevoava a Terra, durante a qual a SpaceX esperava demonstrar dois dos sistemas de voo da espaçonave em direção à qualificação do veículo – a reativação dos motores Raptor da Starship (que não foi realizada) e a transferência de combustível criogênico entre tanques.

Previsto para ocorrer 65 minutos após a decolagem, o splashdown no oceano não pôde ser assistido. “Ou a espaçonave sofreu uma desmontagem não programada ou perdeu o sinal”, disse Zurita durante a transmissão. “Mas com tudo o que foi testado hoje, o voo pode ser considerado bem sucedido. Inteiro ou aos pedaços, por uma possível explosão, certamente o foguete já está no mar – nada que comprometa o sucesso da missão”.