O vírus Epstein-Barr (VEB) é altamente disseminado na população mundial e pode ter relação, inclusive, com a esclerose múltipla. Atualmente, não existem vacinas e nem antivirais específicos para combatê-lo, mas uma descoberta dos cientistas pode mudar este quadro.

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Cientistas acreditam que o anticorpo possa garantir uma ação protetora e segura contra o vírus (Imagem: luchschenF/Shutterstock)

Anticorpo pode bloquear ação do vírus

Pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos analisaram uma proteína encontrada na membrana do vírus, a gp42. Eles concluíram que esta é a responsável por infectar as pessoas.

Dessa forma, trabalharam na elaboração de um composto capaz de bloquear a atividade da gp42. Dois anticorpos foram testados com esse intuito: A10 e 4C12. Nos testes pré-clínicos realizados com ratos, foi possível medir a capacidade de impedir a infecção pelo Epstein-Barr e linfomas nos roedores. 

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De acordo com os cientistas, o anticorpo monoclonal A10 é o mais promissor para ser avaliado em estudos clínicos, com humanos. Eles acreditam que é possível garantir uma ação protetora e segura contra o vírus, especialmente para indivíduos com imunodeficiência e para aqueles que receberam algum transplante de órgão.

O estudo foi publicado na revista Immunity. As informações são do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos EUA.

Pessoas se beijando no Carnaval
Vírus é mais conhecido como “doença do beijo” (Imagem: lazyllama/Shutterstock)

Epstein-Barr

  • Especialistas apontam que o vírus esteja presente em 95% da população mundial.
  • Ele é mais conhecido como “doença do beijo” e é o causador da mononucleose.
  • Apesar do nome, não é transmitido exclusivamente através de beijos e pela troca de saliva.
  • A infecção também pode ocorrer por meio de objetos contaminados, transfusão sanguínea ou via transplacentária, quando a gestante adquire o vírus durante a gravidez e passa ao feto pela placenta.
  • Os sintomas do Epstein-Barr são febre e dor de garganta.
  • Após os sinais desapareceram, o vírus permanece escondido no organismo humano, mais precisamente dentro dos linfócitos B (células do sistema imunológico que produz anticorpos) ou de células que revestem a garganta e a faringe.
  • Em alguns pacientes, ele provoca infecções recorrentes, com causas ainda desconhecidas.
  • O vírus também está relacionado com outras doenças consideradas mais sérias, como os linfomas de Burkitt, Hodgkin e não-Hodgkin.
  • E também pode aumentar o risco de câncer gástrico e nasofaríngeo. 
  • Estudos recentes ainda apontam que pessoas infectadas com o Epstein-Barr têm um risco até 30 vezes maior de desenvolver esclerose múltipla.