Arqueólogos realizaram escavações em um sítio neolítico impressionante chamado Pontcharaud, localizado em Clermont-Ferrand, região central da França. Este local, descoberto durante obras na década de 1980, revelou-se um verdadeiro tesouro arqueológico, contendo uma rica tapeçaria de história humana. 

Segundo um comunicado emitido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Inrap) na sexta-feira (15), as escavações começaram em 2019, como parte de um projeto de alargamento de rodovias, permitindo aos pesquisadores explorar profundamente a área.

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Datado de aproximadamente oito mil anos atrás, este sítio testemunhou a presença humana desde tempos antigos. No entanto, foi durante o período neolítico, especialmente entre 4750 e 4500 a.C., que a atividade humana surgiu por lá. Esta época marcou o surgimento de assentamentos permanentes e a transição para a agricultura, como evidenciado pelas descobertas de cerâmicas, lareiras e covas.

Este pode ser o túmulo mais antigo na necrópole do Neolítico Médio I do sítio arqueológico Pontcharaud, na região central da França. Crédito: Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Inrap)

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Os arqueólogos identificaram 285 estruturas neolíticas, incluindo 63 enterros, que vão desde sepulturas simples até mausoléus elaborados estruturados em pedras empilhadas e cobertas de barro. Também foram encontradas algumas feitas com grandes lajes rochosas, indicando que o local passou a ser usado principalmente como cemitério em certo momento da história.

Durante o quarto milênio a.C., a cremação tornou-se uma prática comum, conforme revelado por restos mortais encontrados em túmulos separados. Apesar disso, as pessoas continuaram a usar o local de enterro dois mil anos mais tarde, como mostram estruturas domésticas e sepulturas, incluindo silos contendo restos de animais sacrificados.

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Além dos enterros, uma série de artefatos antigos foi descoberta, fornecendo dados sobre a vida cotidiana e as práticas culturais da época. Entre esses artefatos estão urnas funerárias, potes de cerâmica, presas de javali e uma ponta de flecha de sílex.

Machado de duas cabeças esculpido em serpentinita, datado de aproximadamente 3,3 mil anos, encontrado durante as escavações. Crédito: Instituto Nacional de Pesquisas Arqueológicas Preventivas (Inrap)

Merece destaque entre as descobertas um machado de duas cabeças esculpido em serpentinita, datado de aproximadamente 3,3 mil anos. Este artefato é uma evidência do alto nível de habilidade técnica e importância cultural das comunidades que habitaram a região.

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As escavações revelam uma história rica e complexa de ocupação humana e mudanças culturais ao longo dos milênios. Os diferentes rituais funerários e práticas refletem a diversidade da comunidade neolítica de Auvergne, desafiando os pesquisadores a aprofundar sua compreensão sobre esses povos antigos.