(Imagem: NASA)
Astrônomos descobriram que o WASP-12b, planeta “oval” extremamente quente, está em trajetória de colisão com sua estrela-mãe. E o estudo, realizado pela Universidade de Pádua, na Itália, aponta que isso deve ocorrer daqui aproximadamente três milhões de anos. Para meros mortais, são eras. Em termos cósmicos, é pouco tempo.
O WASP-12b, conhecido por ser o planeta mais quente já descoberto, orbita sua estrela anã amarela tão perto dela que seu ano equivale a quase um dia terrestre. Essa proximidade extrema levou o exoplanetas a ser descrito como “Júpiter ultraquente” (a temperatura na sua superfície passa dos dois mil graus Celsius).
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A influência gravitacional intensa da estrela sobre WASP-12b distorce o formato do planeta, que fica oval. Essa influência também arranca material dele, o que contribui para a formação de um disco de matéria ao redor da estrela. Essas forças também aceleram seu declínio orbital. Ou mergulho, para simplificar.
Desde sua descoberta, em 2008, o WASP-12b se destaca entre os exoplanetas por suas características extremas e variações orbitais. Análises indicam que o planeta experimenta mudanças no tempo de órbita, o que levou a uma investigação mais aprofundada sobre sua dinâmica e relação com a estrela-mãe.
Pesquisadores analisaram dados de transições do WASP-12b em frente à sua estrela ao longo de 12 anos, o que ajudou a refinar as previsões sobre o tempo restante até sua colisão e a entender melhor as características da estrela anfitriã.
O estudo sugeriu que a estrela anfitriã de WASP-12b poderia estar numa fase avançada de sua vida, na transição para a fase de subgigante, o que explicaria a dissipação de maré observada. Contudo, análises mais recentes indicam que a estrela ainda se encontra na sequência principal, o que desafia as explicações atuais para a rápida perda orbital do planeta.
A pesquisa sobre WASP-12b abre caminho para estudos adicionais sobre planetas estilo o “Júpiter ultraquente” e suas trajetórias orbitais. O caso do exoplaneta indica que a colisão de planetas com suas estrelas pode ser um fenômeno mais comum do que se pensava anteriormente, especialmente entre estrelas mais velhas.
Essa investigação, publicada no repositório arXiv, marca o início de uma série de estudos que visam compreender o decaimento orbital de planetas semelhantes ao WASP-12b. Isso vai colaborar com missões como a Cheops, da Agência Espacial Europeia (ESA), para expandir nosso conhecimento sobre a dinâmica e o destino final desses exoplanetas extremos.
Esta post foi modificado pela última vez em 21 de março de 2024 21:42