Máscara desenvolvida na USP pode ajudar pacientes com apneia

Novo modelo pode servir como alternativa para evitar engasgos de ar que ocorrem no tratamento com CPAP
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 26/03/2024 15h26, atualizada em 28/03/2024 21h35
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Uma nova máscara para pacientes com apneia do sono está sendo desenvolvida por uma equipe de pesquisadores do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), constituído pela FAPESP e pela Shell e sediado na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP).

Entenda:

  • Uma nova máscara para pacientes com apneia do sono está sendo desenvolvida por pesquisadores do Centro de Pesquisa para Inovação em Gases de Efeito Estufa (RCGI), na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP);
  • A equipe utilizou a mesma tecnologia de um projeto sobre turbinas a gás para evitar os “engasgos com ar” que ocorrem no tratamento com o Continuous Positive Airway Pressure (CPAP);
  • O novo modelo conta com uma divisória entre as cavidades nasais e bucais – o que mantém diferentes pressões do ar no nariz e na boca;
  • A válvula e os filamentos foram criados com impressão 3D e instalados em uma placa feita de plástico e revestida de acolchoado de silicone;
  • As informações são do RCGI e da Agência FAPESP.
(Imagem: Auspin / Reprodução)

Para desenvolver o modelo, os pesquisadores utilizaram a mesma tecnologia de um projeto sobre turbinas a gás, e afirmam que o diferencial do projeto é evitar os “engasgos com ar” que ocorrem no tratamento com o Continuous Positive Airway Pressure (CPAP), equipamento que faz o bombeio de ar nas vias aéreas do paciente.

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O CPAP é o tratamento recomendado em casos de apneia moderada ou severa, mas, como explica Vitor Bortolin, doutorando em Engenharia Mecânica na Poli-USP e pesquisador do RCGI, à Agência FAPESP, os engasgos com ar fazem com que muitos pacientes abandonem o tratamento.

CPAP na apneia do sono
Divulgação: CPAP

“Isso acontece porque pessoas com problemas respiratórios tendem a respirar pela boca e, quando o fazem, transferem o ar para o nariz, que é a forma que o corpo reconhece como correta. Ao fazerem isso, aplicam força para respirar novamente pela boca, o que gera o engasgo, replicando o que ocorre com a pessoa quando ela não utiliza o equipamento”, completa Bernardo Diniz Lemos, também doutorando na Poli-USP e pesquisador no RCGI.

A nova máscara foi projetada com uma divisória entre as cavidades nasais e bucais, fazendo o ar circular entre as duas cavidades – o que mantém diferentes pressões do ar no nariz e na boca. A válvula e os filamentos foram criados com impressão 3D e instalados em uma placa feita de plástico e revestida de acolchoado de silicone que divide as duas cavidades.

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.