O debate sobre o treinamento de grandes modelos de inteligência artificial (IA) está acirrado, especialmente entre empresas de tecnologia. A OpenAI, por exemplo, vê a necessidade de usar a internet para coleta de dados. Já artistas reivindicam direitos sobre suas obras. E a Adobe achou um jeito de desenvolver o modelo de IA Firefly sem recorrer a dados protegidos por direitos autorais.

Para quem tem pressa:

  • O debate sobre a criação de modelos de IA tem se intensificado. A OpenAI, por exemplo, defende o uso da internet para coleta de dados, enquanto artistas exigem respeito aos direitos autorais. E a Adobe desenvolveu o modelo Firefly, evitando dados protegidos por direitos autorais;
  • A Adobe, com seu modelo de IA integrado ao Photoshop, promove uma abordagem que respeita a propriedade intelectual. Assim, evidencia que é possível desenvolver tecnologia de forma responsável e bem-sucedida, segundo a revista MIT Technology Review;
  • A estratégia de treinamento da Adobe para o Firefly evita a raspagem de dados online. Em vez dela, utiliza uma biblioteca de fotos licenciadas, o que alinha o desenvolvimento tecnológico com considerações éticas e de direitos autorais;
  • A abordagem da Adobe no desenvolvimento do Firefly, focada em responsabilidade social e ética, tem sido bem recebida pelo mercado e demonstra um equilíbrio entre inovação tecnológica e respeito aos direitos dos criadores de conteúdo, de acordo com a revista.

O Firefly, integrado ao Photoshop da Adobe, representa uma abordagem inovadora na construção de ferramentas de IA generativa. Isso porque respeita a propriedade intelectual e promove o uso responsável da tecnologia. A empresa defende que criar tecnologia de forma responsável não é incompatível com o sucesso nos negócios.

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Abordagem da Adobe em IA

Montagem do Firefly, inteligência artificial da Adobe
(Imagem: Adobe)

Em entrevista à revista MIT Technology Review, David Wadhwani, vice-presidente dos negócios de mídia digital da Adobe, enfatiza a necessidade de uma abordagem consciente no desenvolvimento de IA. O executivo também questiona as práticas atuais do Vale do Silício, destacando a importância de considerar as implicações éticas das inovações tecnológicas.

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A reação contra a IA generativa por parte da comunidade envolvida com criatividade, que acusa alguns modelos de usarem indevidamente suas obras, motivou a Adobe a desenvolver uma estratégia que respeitasse os direitos dos criadores. Ely Greenfield, chefe de tecnologia para mídia digital da Adobe, afirma que a empresa busca compensar justamente os artistas cujo trabalho contribui para o treinamento de IA.

A estratégia de treinamento da Adobe evita a raspagem de dados online, que se tornou controversa devido às preocupações com direitos autorais e conteúdo tóxico. Em vez disso, a empresa utiliza dados de sua biblioteca de fotos para treinar o Firefly. E garante que todo o material tenha licenças apropriadas.

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Firefly deu certo?

Montagem do Firefly, inteligência artificial da Adobe
(Imagem: Adobe)

Ao adotar uma abordagem cautelosa, a Adobe conseguiu desenvolver o Firefly sem comprometer a qualidade do que a IA entrega, segundo a revista – mesmo limitando seu treinamento a dados licenciados. Além disso, essa abordagem facilita a moderação de conteúdo, o que evita a geração automática de imagens ou textos problemáticos.

A Adobe não só busca inovar com responsabilidade, mas também lidera iniciativas para promover a transparência e autenticidade no conteúdo gerado por IA, de acordo com a MIT Technology Review. A empresa participa de esforços para etiquetar conteúdo de IA e educar o público sobre a origem e a criação de conteúdo digital.

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Para a revista, a abordagem da Adobe, que equilibra inovação com responsabilidade social e ética, responde às demandas de criadores e consumidores de conteúdo, bem como demonstra ser benéfica para os negócios. A empresa relata recepção positiva ao Firefly e aumento no número de clientes. Isso evidencia o sucesso de sua estratégia.