Textos centenários relatam queda de civilização antiga após invasão

Os textos foram escritos na língua náuatle indígena e continuaram a ser produzidos mesmo após o domínio espanhol
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 27/03/2024 10h31, atualizada em 29/03/2024 20h53
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Textos escritos há centenas de anos contam um pouco mais sobre a história da região onde hoje fica o México. Estes documentos foram escritos pelos antigos astecas em sua língua nativa e apresentam riquezas de detalhes sobre a fundação da capital de seu império, as conquistas e a queda da civilização pré-colombiana.

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Textos foram escritos na língua náuatle indígena (Imagem: Instituto Nacional de Antropologia e História do México)

Os códices astecas

  • Recentemente, o governo mexicano comprou três códices ilustrados, conhecidos como códices de San Andrés Tetepilco, de uma família privada que transmitiu os documentos astecas por gerações.
  • Este povo antigo governou uma grande área do atual México durante os séculos XV e XVI.
  • A capital do império era Tenochtitlán, a atual Cidade do México.
  • Entre 1519 e 1521, os espanhóis dominaram os astecas.
  • No entanto, códices escritos na língua náuatle indígena e em espanhol continuaram a ser produzidos no início do século XVII.
  • As informações são do Live Science.
Plantas e carvão foram utilizados para criar os códices (Imagem: Instituto Nacional de Antropologia e História do México)

Textos revelam ascensão e queda dos astecas

Um dos códices adquiridos pelas autoridades mexicanas descreve a fundação de Tenochtitlán por volta de 1300 d.C. Ele também descreve a conquista da cidade de Tetepilco por volta de 1440 d.C. e como o governante da cidade jurou vassalagem aos astecas.

O documento ainda detalha a chegada dos espanhóis em 1519 d.C. e seu domínio até o ano de 1611 d.C., segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História do México. Os espanhóis continuaram a governar o México até o ano de 1821.

Os códices pertenciam a uma família da Cidade do México, que pediu anonimato. Quando cientistas da Universidade Autônoma Metropolitana da Cidade do México examinaram os códices, descobriram que duas das folhas estavam escritas em amate, ou papel de casca, e que as tintas dos códices eram feitas de plantas, carvão e anil, criando as cores vermelho, amarelo ocre, preto e azul.

Depois que a autenticidade dos documentos foi confirmada, o governo negociou com a família e comprou os três códices por cerca de US$ 570 mil (aproximadamente R$ 2,9 milhões).

Os outros dois códices vendidos pela família descrevem a fundação de Tetepilco e os bens detidos por uma igreja na cidade. Todos os três textos estão agora na Coleção de Códices Mexicanos da Biblioteca Nacional de Antropologia e História.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.