(Foto: Zdan Ivan/Shutterstock)
Um novo estudo brasileiro mostrou que cerca de 27% das crianças e adolescentes brasileiros sofrem com dores nos ossos, ligamentos e músculos sem causa específica. A condição é chamada de dor musculoesquelética, mas enfrenta desafios na hora do diagnóstico, já que não há padronização para os conceitos ou tratamento.
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O Ministério da Saúde estima que mais de 35% dos brasileiros com mais de 50 anos tenham dores crônicas. No entanto, a prevalência dessa condição em crianças e adolescentes ainda é pouco estudada.
Além disso, quando são, os dados são incertos pela falta de padronização nos conceitos e no diagnóstico.
Segundo Tiê Parma Yamato, coordenadora do estudo publicado na Brazilian Journal of Physical Therapy, o número de jovens com a dor musculoesquelética pode variar entre 4% e 40%, justamente pela falta de padronização.
No Brasil, a variação fica entre 20% a 45%. No entanto, à Agência FAPESP, ela destaca que a maioria dos trabalhos nesse sentido não considera condições específicas e o impacto da dor no dia a dia dos jovens, e foi realizada em pequena escala.
Assim surgiu o novo estudo para estimar a prevalência das dores inexplicáveis em crianças brasileiras. Veja como foi feito:
A pesquisa também usou um questionário para avaliar a atitude dos pais ao ouvir queixas dos filhos. Em 17% dos casos, os mais velhos subestimaram as dores.
Um dos fatores que pode explicar isso é o mito das “dores de crescimento”, um desconforto nos músculos inferiores supostamente devido ao crescimento. No entanto, Yamato destaca que nenhum estudo provou que “crescer” realmente causa dor.
A pesquisa faz um alerta para esse tipo de condição, já que não existe um tratamento específico para isso. Inclusive, os sistemas de saúde não tem um protocolo padronizado para atender queixas deste tipo.
Para Yamato, a importância é entender os números das dores musculoesqueléticas na população jovem para também diminuir a dor crônica nos adultos.
Um estudo seguinte do mesmo grupo de pesquisadores está analisando as crianças por um ano e meio, para entender a duração das dores e o impacto financeiro no sistema de saúde.
Esta post foi modificado pela última vez em 27 de março de 2024 18:21