Fio de fibra ótica pode ser milhões de vezes mais rápido que banda larga

Pesquisadores conseguiram que um único cabo de fibra ótica conseguisse transmitir dados 4,5 milhões de vezes mais rápido que a banda larga
Por Leandro Costa Criscuolo, editado por Rodrigo Mozelli 29/03/2024 21h14, atualizada em 01/04/2024 11h11
central de dados
Imagem: Gorodenkoff/Shutterstock
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Em um dos avanços tecnológicos recentes mais impressionantes, uma equipe de pesquisa enviou quantidade impressionante de dados a velocidade quase incompreensível. É a transmissão de dados mais rápida já feita usando uma única fibra ótica e mostra o quão rápido o processo pode ser usando os materiais atuais.

O New Atlas aponta que, no Reino Unido, de acordo com relatório do grupo regulador Ofcom publicado em setembro de 2023, a velocidade média da banda larga no país é de cerca de 70 megabits por segundo (Mb/s).

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Claro, para o uso doméstico da internet nas casas de pessoas comuns, isso é uma velocidade bastante adequada. Porém, não é algo significativo no mundo da transmissão densa de dados.

Imagem: NicoElNino/Shutterstock

Recordes de transmissão de dados mais rápidas são superados com frequência

  • Nessa área, os recordes mundiais haviam chegado a velocidades de 319 Terabits por segundo (TB/s) e, um ano depois, quebrados a um petabit por segundo (um petabit equivale a um milhão de gigabits);
  • O recorde não durou muito, sendo novamente batido por outro, que atingiu assustadores quase 22,9 petabits por segundo, e assim por diante;
  • O que se vê é uma constante corrida pela fibra ótica mais veloz.

Diante das proezas de transmissão de dados super-rápidas, os engenheiros usaram vários fios de fibra ótica. Agora, pesquisadores da Aston University, no Reino Unido, em colaboração com pesquisadores do Nokia Bell Labs, nos EUA, e do Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicação (NICT), no Japão, conseguiram impressionantes 301 TB/s por meio de um único cabo padrão de fibra ótica.

“Essas bandas tradicionalmente não eram exigidas porque as bandas C e L poderiam fornecer a capacidade necessária para atender às necessidades dos consumidores”, disse o pesquisador Ian Phillips.

“Nos últimos anos, a Aston University desenvolveu amplificadores óticos que operam na banda E, que fica adjacente à banda C no espectro eletromagnético, mas é cerca de três vezes mais larga. Antes do desenvolvimento de nosso dispositivo, ninguém tinha sido capaz de emular adequadamente os canais da banda E de forma controlada”, completou o especialista.

Cabo de rede com fibra ótica ao fundo
Imagem: asharkyu/Shutterstock

Para estabilizar a transmissão nas bandas adicionais, a equipe desenvolveu novos tipos de amplificadores óticos e equalizadores de ganho ótico. Esses são equipamentos que potencializam e ajustam os portadores de dados que trafegam pelos cabos de fibra ótica.

Como a técnica utiliza capacidade já disponível – mas atualmente não utilizada – nos cabos, os investigadores sentem que a solução pode ser forma acessível e correta ecologicamente de abrir mais faixas na superestrada da informação.

Leandro Costa Criscuolo
Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.