Cães podem “farejar” flashbacks em pessoas com estresse pós-traumático

Estudo conduzido por cientistas do Canadá descobriu que cães farejadores podem identificar os flashbacks antes que aconteçam
Por Ana Julia Pilato, editado por Bruno Capozzi 02/04/2024 04h00
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(Foto: Yanya/Shutterstock)
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Pesquisadores da Universidade Dalhousie, no Canadá, descobriram que os cães são capazes de farejar flashbacks de trauma em pessoas com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). O estudo foi publicado na revista Frontiers in Allergy em março.

Entenda:

  • Pesquisadores descobriram que os cães podem farejar flashbacks de trauma em pacientes com transtorno de estresse pós-traumático (TEPT) antes que aconteçam;
  • A habilidade recém-descoberta está relacionada ao hálito dos pacientes após serem lembrados de suas memórias traumáticas;
  • No experimento, dois cães farejadores tiveram contato com amostras de respiração calma e estressada – coletadas de um grupo de pacientes com TEPT utilizando uma máscara facial;
  • Os dois cães obtiveram resultados muito precisos – um deles relacionado à detecção de substâncias químicas no hálito relacionadas à vergonha, e o outro relacionadas à ansiedade;
  • A descoberta foi publicada na revista Frontiers in Allergy e requer estudos maiores para verificá-la.

Os cães são capazes de farejar o cheiro do hálito relacionado a memórias traumáticas antes que os flashbacks aconteçam, ajudando ainda mais no tratamento de pacientes com o diagnóstico. A equipe destaca que estudos maiores ainda precisam ser conduzidos para verificar a habilidade recém-descoberta.

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Cães farejaram amostras de pacientes com estresse pós-traumático

Utilizando uma máscara facial, os cientistas coletaram amostras de um grupo de pacientes com TEPT enquanto respiravam normalmente e, depois, outra vez após serem lembrados de seus traumas. Uma vez realizadas as coletas, a equipe encontrou dois cães farejadores, Ivy e Callie, para “testá-las”.

(Imagem: Cast Of Thousands/Shutterstock)

Os dois cães farejaram amostras calmas e estressadas. Callie conseguiu distingui-las 81% das vezes, e Ivy obteve uma pontuação de precisão de 74%. Os pesquisadores acreditam que os resultados de Callie no teste estavam ligados à detecção de substâncias químicas do hálito relacionadas à vergonha, e as habilidade de Ivy estavam relacionadas à ansiedade.

Apesar de seu desempenho muito preciso, os dois cães pareciam ideias ligeiramente diferentes do que consideravam uma amostra de hálito “estressado”, como explicou Laura Kiiroja, autora do estudo. “Especulamos que Ivy estava sintonizada com os hormônios do eixo simpático adrenomedular (como a adrenalina) e Callie era orientada para os do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal (como o cortisol).”

Ana Julia Pilato
Colaboração para o Olhar Digital

Ana Julia Pilato é formada em Jornalismo pela Universidade São Judas (USJT). Já trabalhou como copywriter e social media. Tem dois gatos e adora filmes, séries, ciência e crochê.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.