Um relatório divulgado pela Microsoft afirma que o governo da China está usando mídias sociais e conteúdos gerados por inteligência artificial em uma tentativa de influenciar as eleições presidenciais dos Estados Unidos. A empresa acusa Pequim de “semear divisão” e influenciar a percepção da população norte-americana sobre certos assuntos.

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Montagem de pessoa escrevendo sobre desenho de inteligência artificial (IA)
China estaria usando inteligência artificial para influenciar eleições nos EUA (Imagem: Shutterstock)

IA foi usada para espalhar desinformação

Clint Watts, gerente geral do Centro de Análise de Ameaças da Microsoft, disse que contas falsas foram criadas em redes sociais por pessoas ligadas ao governo da China. Estes perfis estariam sendo usados para comentar uma série de temas, especialmente aqueles mais polêmicos, como imigração e combate ao tráfico de drogas.

O relatório da empresa ainda destaca que a iniciativa chinesa tentou emplacar uma série de teorias da conspiração para retratar os EUA de uma forma ruim. É o caso de várias alegações falsas ligando a Casa Branca aos incêndios florestais no Havaí e a um descarrilamento de trem no Kentucky.

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O uso de IA também foi denunciado. Segundo a Microsoft, a tecnologia está sendo utilizada para criar conteúdos falsos, apesar de haver poucas evidências de que essas ações tenham tido algum efeito.

Além da influência nas eleições norte-americanas, o documento observa que a inteligência artificial foi usada para criar postagens que “amplificaram a indignação sobre o descarte de águas residuais nucleares pelo Japão”. Neste caso, a intenção era tentar influenciar a disputa presidencial de Taiwan, realizada em janeiro deste ano.

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Relatório da Microsoft acusa a China de “semear divisão” nos EUA (Imagem: The Art of Pics/Shutterstock)

Proximidade das eleições preocupa

  • No relatório, a Microsoft alertou que o governo da China vai intensificar o uso destas ferramentas com a aproximação da corrida presidencial à Casa Branca.
  • As eleições nos EUA estão marcadas para novembro de 2024.
  • Na semana passada, o vice-primeiro-ministro do Reino Unido, Oliver Dowden, acusou os chineses de participação em dois ataques cibernéticos em território britânico.
  • Pequim nega todas as acusações.
  • Ainda no documento, a Microsoft citou operações cibernéticas da Coreia do Norte, incluindo o roubo de criptomoedas e ataques à cadeia de suprimentos de software.
  • O relatório da empresa foi divulgado após o Estados Unidos acusarem a companhia de cometer uma série de falhas de segurança que permitiram que hackers supostamente apoiados pela China tivessem acesso a e-mails de altos funcionários do governo norte-americano (saiba mais sobre o assunto clicando aqui).
  • As informações são do Euronews.