Aprovado recentemente pelo Governo Federal, o programa nacional de Mobilidade Verde e Inovação (Mover) prevê a liberação de mais de R$ 19 bilhões em créditos financeiros entre 2024 e 2028 para as montadoras que aderirem ao programa. O objetivo é promover a descarbonização da frota automotiva brasileira.

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Carrocerias de veículos na linha de montagem; fábricas de produção de carros; indústria automotiva
Programa associa inovação tecnológica com redução de consumo e de emissões de gás carbônico (Imagem: Jasen Wright/Shutterstock)

Objetivo é reduzir as emissões de gás carbônico dos veículos

A ideia das autoridades brasileiras é oferecer incentivos fiscais, ampliando as exigências de sustentabilidade e estimulando o uso de novas tecnologias nas áreas de mobilidade e logística. Além disso, serão avaliados os impactos das emissões desde a produção até o descarte final dos veículos.

Há uma série de requisitos para que as indústrias possam aderir ao programa, como produtividade, eficiência energética em veículos, investimentos em pesquisa e inovação, promoção de biocombustíveis ou propulsão alternativa com emissões reduzidas, integração global da indústria automotiva nacional com as cadeias globais, adoção de sistemas produtivos neutros em carbono e capacitação profissional em mobilidade e logística.

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Segundo especialistas, o governo procura associar a inovação tecnológica com a redução de consumo e de emissões de gás carbônico. No entanto, existem alguns desafios.

Isso também depende de investimentos de infraestrutura por parte do governo, porque nossa frota tem que utilizar rodovias que nem sempre estão em boas condições e um outro requisito básico é o aumento dos empregos, ou pelo menos a manutenção dos empregos nas empresas. Ou seja, tem questões que talvez não sejam totalmente compatíveis, porque ele quer ganho de produtividade por parte das indústrias, mas sem que isso implique na demissão de pessoas.

Pedro Luiz Côrtes, professor da Universidade de São Paulo (USP),
Trânsito em São Paulo
Tornar a frota de veículos brasileira sustentável é um grande desafio (Imagem: Alf Ribeiro/Shutterstock)

Reciclagem também é aposta

  • Algumas das propostas do programa exigem que as indústrias invistam em modelos que facilitem a reciclagem veicular.
  • Isso pode ser feito a partir do reaproveitamento de peças, no cálculo da emissão do gás carbônico no ciclo completo do combustível — desde a extração do petróleo até a utilização por parte dos veículos —, na padronização das informações sobre consumo e emissões para efeito de comparação e no uso de tecnologias assistivas na direção.
  • Mas para isso, ressalta o especialista, é necessário que haja integração das cadeias produtivas às cadeias globais.
  • O projeto ainda prevê que, a partir de 2027, o cálculo das emissões será feito desde a produção até o descarte final, que é a análise do ciclo de vida do veículo.
  • As informações são do Jornal da USP.