A primeira unidade do avião E190F, do projeto E-Freighter da Embraer, passa pelos testes finais em São José dos Campos (SP) antes de ser entregue à Regional One, empresa de leasing dos Estados Unidos.

Para quem tem pressa:

  • A primeira unidade do avião E190F, do projeto E-Freighter da Embraer, está em testes finais em São José dos Campos (SP). Depois, será entregue à Regional One, empresa de leasing dos EUA;
  • Convertido de passageiros para carga, o E190F oferece 50% mais volume de carga, com capacidade total de 13,5 mil quilos e alcance três vezes maior que grandes cargueiros turboélices. Em suma, o projeto da Embraer visa eficiência e redução de custos;
  • Lançado em 2022 pela Embraer, o programa de Conversões de Passageiros para Carga (P2F) atende às demandas de entregas rápidas e longas distâncias, com a conversão de aeronaves antigas para cargueiros pensados para o mercado atual.

A aeronave realizou seu primeiro voo no município, que fica no interior do estado de São Paulo, recentemente. O voo, de duas horas, veio após o teste bem-sucedido da pressurização de solo e capacidades de carregamento de carga do E190F.

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Projeto E-Freighter da Embraer

Lateral de avião convertido da Embraer, E190F
(Imagem: Embraer)

A aeronave E190F ser E-Freighter significa que é um avião convertido de transporte de passageiros para cargueiro. A ideia é melhorar as capacidades típicas de uma aeronave de carga padrão. Esses E-Freighters (Embraer tem o E195F também) atuam como aeronaves de carga reforçadas, com mais volume e maior alcance. E operando a custos menores.

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Para você ter ideia, uma aeronave Embraer E-Freighter promete oferecer 50% mais volume, o que se converte numa capacidade de carga total (porão mais deck principal) de 13,5 mil quilos para o E190F e 14,3 mil quilos para o E195F.

Além disso, o alcance das aeronaves E-Freighter é três vezes maior que o de grandes cargueiros turboélices. Em termos de custos operacionais, a fabricante afirma ser 30% mais eficaz que um narrow-body (aqueles mais finos, de fuselagem estreita). Aliás, os aviões E190F e E195F foram projetados para preencher a lacuna entre os turboélices existentes e os narrow-bodies.

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Após a conclusão dos testes, a primeira unidade do avião E190F começará a rodar para a Regional One. Para quem não sabe: empresa de leasing oferece contratos de arrendamento mercantil para pessoas e outras empresas.

No leasing, a empresa adquire um bem (no caso, a aeronave) e o cede ao cliente por um período de tempo determinado, mediante o pagamento de parcelas mensais. Ao final do contrato, o cliente pode ter a opção de comprar o bem por um valor residual pré-definido, devolver o bem ou renovar o contrato.

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Conversão de aeronaves

Avião convertido da Embraer, E190F, decolando
(Imagem: Embraer)

A Embraer lançou o programa de Conversões de Passageiros para Carga (P2F) em 2022. Os E-Jets convertidos foram descritos como uma resposta às demandas específicas do mercado de cargas, que têm muito a ver com entregas mais rápidas e distâncias cada vez maiores.

Essas mudanças exigem aeronaves que possam fazer o trabalho com consumo eficiente de combustível e custos operacionais geralmente menores. Ao aumentar a capacidade de carga e reduzir os custos ao mesmo tempo, os E-Freighters da Embraer podem responder efetivamente a esses novos desafios na indústria de cargas.

Os E-190 e E-195 são aviões de passageiros antigos convertidos na instalação da fabricante em São José dos Campos. O processo de conversão incluiu a adição de uma porta de carga frontal no deck principal e um sistema de manuseio de carga. Além disso, os pisos foram reforçados e adaptados para o transporte de materiais perigosos.

Avião convertido da Embraer, E190F, pousando
(Imagem: Embraer)

Há outra razão por trás da conversão de jatos antigos em cargueiros, esta relacionada à sustentabilidade. Companhias aéreas em todo o mundo, grandes e pequenas, eventualmente terão que substituir suas frotas por opções mais “verdes”.

Aliás, isso já está acontecendo com aeronaves retrofitadas – isto é, que passaram por um processo de modernização, atualização ou reforma – e versões híbridas ou totalmente elétricas. Uma maneira de abrir espaço para essas alternativas verdes é encontrar novos usos para modelos antigos. É o que a Embraer fez.