Nova IA pode analisar os olhos rapidamente

Capturar imagens detalhadas de nossos olhos com a nova IA é 100 vezes mais rápido do que o método tradicional, dizem os pesquisadores
Por Nayra Teles, editado por Lucas Soares 11/04/2024 04h00
olho
Olho com holograma (Imagem: Shutterstock)
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Para avaliar a saúde dos nossos olhos, os médicos podem utilizar diferentes técnicas. Uma delas é a tomografia de coerência óptica (OCT), um exame que usa luz para criar imagens de alta resolução da retina e do nervo óptico. Apesar de eficaz, ela pode levar um tempo considerável para ficar pronta.

Buscando solucionar esse problema, pesquisadores dos Institutos Nacionais de Saúde aplicaram uma nova tecnologia de inteligência artificial (IA) ao método, tornando-o 100 vezes mais rápido. O avanço permitiria um diagnóstico ágil de doenças como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), principal causa de perda de visão central em pessoas com mais de 50 anos.

O desafio da captura detalhada de imagens da retina

Uma tecnologia que aprimora a captura de imagens de retina com OCT está em desenvolvimento nesta pesquisa: a óptica adaptativa (AO). No entanto, ela enfrenta um desafio chamado speckle, que é quando parte da imagem é obscurecida, lembrando um grupo de nuvens atrapalhando uma fotografia aérea.

Os especialistas lidam com isso capturando várias imagens das células e combinando-as para criar uma imagem sem manchas, o que é um processo demorado. É aí que entra o novo método baseado em IA chamado de rede geradora discriminadora paralela adverbial (P-GAN).

Como a P-GAN funciona?

  • O algoritmo de aprendizado profundo utiliza inteligência artificial para remover manchas de imagens capturadas pela AO-OCT.
  • Ele foi treinado e alimentado com 6.000 imagens de células oculares para identificar e recuperar características obscurecidas das fotos.
  • Nos testes, o algoritmo foi capaz de alcançar resultados comparáveis à análise manual, que exigia a aquisição em média de 120 imagens.
  • Estima-se que o uso do P-GAN reduziu o tempo necessário para a aquisição e processamento de imagens em cerca de 100 vezes.
  • Além disso, a nova tecnologia proporcionou cerca de 3,5 vezes mais contraste em relação aos métodos anteriores.

Leia mais:

Superação de desafios

Muitas doenças oculares estão relacionadas a problemas na retina. Ao combinar inteligência artificial com uma técnica de imagem chamada AO-OCT, os pesquisadores superaram um desafio que antes dificultava a obtenção de boas imagens, especialmente do tecido da retina.

Johnny Tam, líder da Seção de Imagens Clínicas e Translacionais do National Eye Institute do NIH, disse ao Medical Xpress que acredita que essa nova tecnologia pode revolucionar a maneira como as imagens são capturadas e tornar os diagnósticos oftalmológicos mais acessíveis.

Detalhes do estudo foram publicados na Communications Medicine.

Nayra Teles
Redator(a)

Nayra Teles é estudante de jornalismo na Universidade Anhembi Morumbi (UAM) e redatora no Olhar Digital

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.