IA militar: DALL-E foi oferecido ao exército dos EUA

O recurso de IA seria utilizado para ajudar o Departamento de Defesa dos EUA a construir um software para executar operações militares
Por Alessandro Di Lorenzo, editado por Lucas Soares 11/04/2024 11h15, atualizada em 03/05/2024 18h05
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Imagem: Getmilitaryphotos/Shutterstock
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Nos últimos meses, a OpenAI mudou as regras que impediam o uso militar das ferramentas da empresa. Agora, uma reportagem do The Intercept afirma que a Microsoft ofereceu o DALL-E, serviço de geração de imagens a partir de inteligência artificial, para o exército dos Estados Unidos.

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DALL-E poderia ajudar os computadores do Pentágono a “ver” melhor as condições no campo de batalha (Imagem: Divulgação)

Uso de IA em operações militares

  • Segundo a publicação, o recurso da OpenAI seria utilizado para ajudar o Departamento de Defesa dos EUA a construir um software para executar operações militares.
  • Lembrando que a Microsoft é a principal financiadora da startup criadora do ChatGPT.
  • As informações fazem parte de um documento, obtido pelo The Intercept, apresentado em um evento realizado no final do ano passado com o objetivo de apresentar potenciais usos de ferramentas de IA ao Pentágono.
  • As tecnologias poderiam ser utilizadas em tarefas que vão desde a análise de documentos até a manutenção de máquinas.
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Microsoft confirmou que propôs ao Pentágono o uso do DALL-E (Imagem: The Art of Pics/Shutterstock)

Como a tecnologia poderia ser utilizada no campo de batalha?

A própria Microsoft destaca uma variedade de usos federais “comuns” para a OpenAI, inclusive para defesa. Os recursos poderiam oferecer aos militares uma visão geral de um cenário de combate, permitindo que eles coordenem ataques de artilharia, identificação de alvos de ataque aéreo e os movimentos de tropas.

Imagens feitas pelo DALL-E também poderiam ajudar os computadores do Pentágono a “ver” melhor as condições no campo de batalha, permitindo ataques mais precisos contra alvos do adversário. A ferramenta forneceria aos militares norte-americanos os chamados dados sintéticos de treinamento: cenas criadas artificialmente que se assemelham a imagens do mundo real.

Um software militar projetado para detectar alvos inimigos no solo, por exemplo, poderia mostrar uma enorme quantidade de imagens aéreas falsas de pistas de pouso ou colunas de tanques geradas pelo DALL-E, a fim de reconhecer melhor tais alvos no combate.

Em comunicado, a Microsoft confirmou que propôs ao Pentágono o uso do DALL-E para treinar seu software de campo de batalha, mas que isso nunca saiu do papel. Já a porta-voz da OpenAI, Liz Bourgeous, disse que a empresa não vendeu nenhuma ferramenta ao Departamento de Defesa dos EUA.

Alessandro Di Lorenzo
Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.

Lucas Soares
Editor(a)

Lucas Soares é jornalista formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e atualmente é editor de ciência e espaço do Olhar Digital.