O Brasil já bateu o recorde histórico de casos de dengue em 2024 e o cenário pode se agravar ainda mais nas próximas semanas. Para piorar, um experimento realizado pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), em Minas Gerais, aponta que o mosquito Aedes aegypti pode picar até mesmo por cima da roupa.

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dengue
Brasil vive epidemia de dengue (Imagem: Tacio Philip Sansonovski/Shutterstock)

Roupa pode não proteger do mosquito

O estudo foi desenvolvido pelo Núcleo de Pesquisa Biomética (Nupeb) da instituição e indica que mesmo sob tecidos a fêmea do mosquito pode picar devido ao tamanho do aparelho bucal. Além da dengue, o Aedes aegypti pode transmitir chikungunya e zika vírus.

Esse inseto, essa fêmea, tem a capacidade de se alimentar mesmo a gente com roupa, porque ela tem o aparelho bucal longo. E, em contato com o tecido que está sobre a pele, ela consegue fazer com que o aparelho bucal atravesse a roupa, aquele tecido, e ela consegue se alimentar do sangue.

Joziana Barçante, coordenadora do Nupeb, da Universidade Federal de Lavras

Os testes foram realizados com mosquitos não contaminados, criados em laboratório. A conclusão dos pesquisadores indica que a aplicação de repelente precisa ser feita antes e depois de vestir as roupas. As informações são do G1.

Quando a gente fala de repelente, indiscutivelmente passar sob as áreas descobertas é o mais importante, pois é o que está mais atrativo para a fêmea desse inseto. Mas, como sabemos que mesmo com a roupa esse inseto vai ser atraído, é importante que antes de vestirmos a blusa e a calça, a gente passe o repetente no corpo e, assim que terminar esse repelente, vestir a vestimenta habitual para também evitar um pouco mais o contato com o inseto.

Joziana Barçante, coordenadora do Nupeb, da Universidade Federal de Lavras
Mosquito da dengue
Aedes aegypti consegue picar mesmo sob tecidos devido ao tamanho do aparelho bucal do mosquito (Imagem Shutterstock)

Mais de três milhões de casos

  • Segundo o mais recente balanço divulgado pelo painel de Monitoramento das Arboviroses, do Ministério da Saúde, em apenas quatro meses neste ano, o Brasil já quase dobrou o total de casos da doença registrados em 2023.
  • São 3.062.181 diagnósticos e 1.256 mortes mortes confirmadas desde o início do ano.
  • Outros 1.857 óbitos estão em investigação.
  • Em todo o ano de 2023 foram contabilizados 1,6 milhão de casos de dengue.
  • De acordo com o Ministério da Saúde, nove unidades federativas estão com tendência de queda no número de infecções, são elas: Acre, Roraima, Amazonas, Tocantins, Goiás, Piauí, Minas Gerais, Espírito Santo e Distrito Federal; 
  • Outros 13 estados apresentam tendência de estabilidade: Rondônia, Pará, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Ceará, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro e São Paulo; 
  • Alagoas, Bahia, Maranhão, Pernambuco e Sergipe seguem com tendência de alta.