Um grupo de astrônomos conseguiu criar imagens de um quasar alimentado por um buraco negro tão distante que a luz que vemos atualmente surgiu menos de um bilhão de anos depois do Big Bang.

  • O quasar, ou núcleo galáctico ativo, é denominado de SDSS J114816.64+525150.3 e alimentado por um buraco negro com 3 bilhões de massas solares;
  • A luz do quasar que vemos atualmente iniciou sua viagem há cerca de 12,9 bilhões de anos, quando havia surgido apenas 900 milhões de anos antes;
  • Ele está localizado na direção da constelação da Ursa Maior e foi observado pelo Virtual Telescope Project, localizado na Itália, usando sua unidade robótica de abertura de 14 polegadas.
Quasar SDSS J114816.64+525150.3 fotografado a partir do Virtual Telescope Project (Crédito: Virtual Telescope Project)
Quasar SDSS J114816.64+525150.3 fotografado a partir do Virtual Telescope Project (Crédito: Virtual Telescope Project)

Segundo o astrofísico e fundador do telescópio Gianluca Masi, em resposta a Space.com, esse é o corpo celeste visto na luz visível mais distante no céu noturno. Quando foi descoberto, ele também era o quasar mais distante, e isso durou por 20 anos, até que outros oito centros galácticos ativos foram descobertos. No entanto, todos esses objetos ainda mais distantes são invisíveis aos olhos humanos, tendo sido observado primeiro em ondas de rádio e depois em luz ultravioleta.

publicidade

Leia mais:

Quasar distante e desvio para o infravermelho

Os quasares são objetos extremamente brilhantes e os corpos celestes mais energético do Universo, isso porque em seus centros estão localizados buracos negros supermassivo que estão se alimentado da matéria ao seu entorno. Devido a imensa gravidade e a força de maré causada, o gás e poeira circundante é aquecido a temperaturas extremamente altas, fazendo que o centro galáctico ativo seja imensamente brilhante em todo espectro eletromagnético.

publicidade

Além disso, a matéria que não é consumida pelo buraco negro central é canalizada para seus polos e depois expelidas em jatos que viajam próximos velocidade luz, tornando tudo ainda mais brilhante.

Quasar (Crédito: NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine)
Quasar (Crédito: NOIRLab/NSF/AURA/J. da Silva/Spaceengine)

No entanto, quando esses objetos estão tão longe, como o quasar SDSS J114816.64+525150.3, sua luz sofre desvio para o infravermelho à medida que viaja pelo espaço, fazendo com que seja difícil observar objetos distantes na luz visível.

Devido à expansão do universo, a radiação eletromagnética experimenta o chamado desvio para o vermelho. Neste quasar [SDSS J114816.64+525150.3], a extensão do fenômeno é tal que quase toda a sua luz é desviada para o infravermelho, restando apenas uma pequena fracção no lado vermelho extremo do domínio visível. Os muito poucos quasares conhecidos mais distantes são observáveis ​​apenas no infravermelho.

Gianluca Masi, em comunicado