Com dados alarmantes da transmissão de dengue no país, nunca antes as estratégias de combate ao mosquito foram tão bem-vindas. E a Inteligência Artificial (IA) chegou para trazer mais uma possibilidade de prevenção.

Uma ajuda mais que necessária que, se colocada em prática, poderá ajudar a salvar vidas. Afinal de contas, o país acaba de registrar 1.116 mortes nas primeiras treze semanas de 2024, uma taxa inédita até então, de acordo com dados são do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde. Então, entenda agora no que consiste os detalhes desse estudo com aplicações de IA para combater a dengue.

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Áreas de risco de dengue: como a IA pode ajudar a localizar?

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Imagem: Jarun Ontakrai/Shutterstock

Uma coisa é certa, o Brasil está vivendo uma das piores crises no setor de saúde relacionada à dengue. Para se ter uma ideia, enquanto no ano passado foram registradas 388 mortes pela doença no país, em 2024 os óbitos já passam de 1.000 no mesmo período.

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O número de casos também é impressionante, sendo registrados pela primeira vez o número de 2.963.994 casos somente nas primeiras treze semanas deste ano. Um número gigantesco em comparação com 2023, quando foram 589.294 – considerando exatamente também os 3 primeiros meses.

Diante deste cenário, uma nova estratégia de localização de focos do mosquito Aedes aegypti se torna mais uma chance de salvar vidas. Realizada pela parceria entre a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade de Sheffield, no Reino Unido, a pesquisa promete usar a IA para identificar focos de dengue pelo país.

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O projeto foi desenvolvido da seguinte forma: foi criado um modelo de computador que é capaz de tirar fotos de fachadas de prédios, conseguindo detectar uma região onde possam existir focos de proliferação do mosquito.

Dificuldade de localização de focos de dengue

Os agentes da prefeitura de cada cidade enfrentam dificuldades em realizar as visitas em residências fiscalizando possíveis locais de proliferação, o que agrava ainda mais a situação no país.

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No entanto, afim de eliminar este tipo de problema, os pesquisadores escolheram, então, usar imagens de fachadas dos prédios para identificar quais os locais que apresentavam maiores riscos para a presença do mosquito.

Em Campinas, por exemplo, os pesquisadores saíram às ruas para fotografar os edifícios de 200 quarteirões. Depois, colocaram essas imagens em um banco de dados, no qual os cientistas criaram classificações para a construção das fachadas, dos quintais e do grau de sombreamento que os edifícios apresentavam.

Dessa forma, fizeram o registro direcionando qual tipo de fachada apresentava maior ou menor grau de possuir foco de dengue. A partir daí, esses dados foram adicionados a um programa do PCINet, que usa IA para “aprender” com o banco de dados das imagens a identificar padrões. Sendo assim, será possível saber qual fachada possui maior risco.