Negócio furado! Golpe de criptomoeda gastou US$ 3,5 milhões, mas só faturou US$ 1 milhão

Acusado usava contas de terceiros em servidores em nuvem para minerar criptomoedas escondido, mas não teve tanto sucesso assim
Por Vitoria Lopes Gomez, editado por Bruno Ignacio de Lima 17/04/2024 07h20
Gatilhos psicológicos para cair em golpes como o vishing
Imagem: Tero Vesalainen/Shutterstock
Compartilhe esta matéria
Ícone Whatsapp Ícone Whatsapp Ícone X (Tweeter) Ícone Facebook Ícone Linkedin Ícone Telegram Ícone Email

Um golpe de criptomoedas nos Estados Unidos deu prejuízo para um homem de Nebraska. Promotores federais acusaram o suspeito de ter conduzido um esquema de cryptojacking (usar sistemas alheios para mineirar criptomoeda) em dois servidores de nuvem. No entanto, os US$ 3,5 milhões gastos na atividade sequer compensar e renderam apenas cerca US$ 1 milhão.

Leia mais:

Acusação de golpe com criptomoeda

Charles O. Parks III, um homem de 45 anos de Omaha, Nebraska, foi preso na última sexta-feira (12) acusado no Tribunal Distrital dos EUA de fraude eletrônica, lavagem de dinheiro e envolvimento em transações monetárias ilegais.

Ele teria fraudado dois sistemas em nuvem para conduzir um esquema de cryptojacking, quando um golpista usa um computador de uma vítima para mineiras criptomoedas sem que ela saiba.

Segundo os promotores, Parks teria fraudado dois serviços de computação em nuvem usando recursos avaliados em mais de US$ 3,5 milhões para a prática (sem contar a geração de energia envolvida no processo).

No entanto, o golpe deu errado. O valor rendeu apenas cerca de US$ 1 milhão em criptomoedas.

(Imagem: H_Ko – Shutterstock)

Como o golpe foi feito

  • Como reportou o Ars Technica, Parks usou identidades pessoais e comerciais para criar “numerosas contas” nos dois serviços de computação em nuvem. Isso o permitiu adquirir capacidade de processamento computacional gratuitamente;
  • Então, ele enganou os provedores para que o concedessem serviços avançados sem necessidade de pagamento ou adiassem faturas, e não questionassem as atividades da conta;
  • Essas contas não pagas e avançadas foram usadas para extrair criptomoedas como Ether, Litecoin e Monero sem que os usuários reais soubessem;
  • Depois, o réu teria lavado o dinheiro digital por meio de aplicações em bolsas de criptomoedas, provedores de pagamentos online e contas bancárias tradicionais;
  • Quando os rendimentos foram convertidas em dólares, ele supostamente comprou um carro da Mercedes-Benz e joias, e alugou quartos em hotéis de luxo.
Ataque hacker
(Imagem: shutterstock/supimol kumying)

Acusação pela lavagem de criptomoedas

A acusação dos promotores alega que Parks usou cinco contas nos servidores, que não foram identificados pelo processo (o Ars Technica chuta que foram os sistemas em nuvem da Amazon, o Amazon Web Services, e da Microsoft, o Azure).

Se ele for condenado pelas acusações, poderá pegar até 30 anos de prisão.

Vitória Lopes Gomez é jornalista formada pela UNESP e redatora no Olhar Digital.

Bruno Ignacio é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Com 10 anos de experiência, é especialista na cobertura de tecnologia. Atualmente, é editor de Dicas e Tutoriais no Olhar Digital.