Cientistas franceses do Laboratório de Fotônica, Numérica e Nanociências (LP2N) desenvolveram uma lente espiral capaz de criar múltiplos pontos focais, resultando em uma visão mais clara em diversas distâncias e condições de iluminação. A lente funciona de forma parecida às lentes progressivas, mas sem as distorções normalmente observadas.
Entenda:
- Cientistas franceses desenvolveram um novo modelo de lente espiral que permite enxergar com mais nitidez em diferentes distâncias e iluminações;
- A lente cria múltiplos pontos focais e funciona de forma semelhante às lentes progressivas, mas sem as distorções normalmente observadas;
- O design foi criado com usinagem digital avançada, e a qualidade da lente pode ser ajustada conforme o número de voltas da espiral;
- A equipe segue estudando a capacidade das lentes e esperar poder aprimorar tecnologias existentes;
- O estudo foi publicado na revista Optica.
Chamada pela equipe de “dioptria espiral”, a lente cria três pontos focais diferentes no campo de visão, fornecendo “uma visão consistentemente clara” a potenciais usuários de implantes ou pacientes com hipermetropia relacionada à idade, como explica Bertrand Simon, autor do estudo, à Optica.
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Como funciona a nova lente espiral
Os cientistas usaram usinagem digital avançada para criar o design, controlando a qualidade da lente com base no número de voltas da espiral e gerando um efeito conhecido como vórtice óptico, que cria vários pontos de foco nítidos em diferentes distâncias.
Para validar sua eficácia, as lentes foram usadas para gerar imagens de um “E” digital – similar àqueles usados em quadros de testes de visão. A equipe observou que o nível de qualidade da imagem permanecia satisfatório em diferentes tamanhos de abertura utilizados. Melhorias de nitidez em diversas distâncias e condições de iluminação também foram relatadas por voluntários do estudo.
Os pesquisadores pretendem continuar investigando a capacidade das lentes e até melhorar outras tecnologias existentes. “Os desenvolvimentos futuros com esta tecnologia também podem levar a avanços em tecnologias de imagem compactas, dispositivos vestíveis e sistemas de sensoriamento remoto para drones ou carros autônomos, o que poderia torná-los mais confiáveis e eficientes”, diz Simon.