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China faz Apple remover WhatsApp e Threads da App Store

A Apple removeu o WhatsApp e o Threads da App Store chinesa nesta sexta-feira (19), após ordens diretas do governo asiático.

Segundo a empresa da maçã, o regulador de internet da China ordenou à empresa que remova os apps da Meta por preocupações com a segurança nacional, diz o The Wall Street Journal.

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“Somos obrigados a seguir as leis nos países nos quais operamos, mesmo se discordamos”, disse, em comunicado, um porta-voz da Apple.

Bloqueio de apps ocidentais na China não é novo

  • Diversas redes sociais ocidentais estão bloqueadas na China;
  • Mesmo assim, aponta o WSJ, removê-los da App Store fecha em definitivo uma brecha no Grande Firewall;
  • Isso porque, uma vez que os usuários ainda conseguissem baixar os aplicativos, eles conseguiam contornar as barreiras chinesas e usar as redes bloqueadas por meio de VPNs;
  • Em resposta à exclusão de seus apps na App Store, um porta-voz da Meta recusou-se a comentar e disse apenas que “nós o encaminhamos à Apple para comentários”.

Essas remoções são mais movimentos efetuados pela Apple com vistas a se adequar ao crescente suposto movimento de censura do governo chinês e aperto das leis relacionadas à segurança de dados.

A Apple foi a maior fabricante de smartphones na China no ano passado, com mais de 17% de fatia do mercado, segundo a analista da indústria International Data Corporation.

Imagem: Rodrigo Mozelli (gerado com IA)/Olhar Digital

A empresa da maçã vem precisando remover muito mais apps chineses e estrangeiros nos últimos meses, após decreto do governo que obriga as desenvolvedoras a registrarem seus softwares junto aos reguladores até o mês passado.

Segundo Pequim, aqueles que não fossem registrados seriam removidos das lojas de aplicativos, sob a prerrogativa de ter como alvo apps considerados inseguros, como os envolvidos em fraudes telefônicas.

Segundo o WSJ, a Apple chegou a se reunir com autoridades chinesas para expressar preocupação acerca de como essas regras seriam implementadas e como afetariam seus usuários. Como resposta, as autoridades da China disseram à empresa que deveria implementar as regras de forma rigorosa.

O governo chinês vem reprimindo cada vez mais o espaço que lhe pertence na internet, ampliando a censura e o controle dos dados na rede, além de exigir que os operadores de plataformas gerenciassem as atividades online de seus usuários. Vale lembrar, por exemplo, que o X, desde quando se chamava Twitter, é proibido por lá, sendo os chineses obrigados a utilizar a versão nacional do microblog, o Weibo.

Em 2017, a Apple foi criticada pela remoção de dezenas de aplicativos da App Store que permitiam aos usuários chineses contornar as regras do Grande Firewall para acessar redes e apps bloqueados na China.

Já em 2020, ela derrubou milhares de jogos para iOS após autoridades chinesas reprimirem games sem licença do governo.

Esta post foi modificado pela última vez em 19 de abril de 2024 01:14

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Publicado por
Rodrigo Mozelli